População deve evitar a vegetação, não pisar no gramado da área verde e nem ficar próxima ao lago
Reabertura do Lago do café ocorreu na manhã desta quarta-feira (Janaína Maciel/Especial para AAN)
O Lago do Café foi reaberto na manhã desta quarta-feira (1), depois de quatro anos fechado por conta do risco de contaminação de febre maculosa no local.
Mas apesar de o prefeito Jonas Donizette (PSB) ter afirmado que a ocorrência do carrapato-estrela, que contém a bactéria que causa a doença, seja praticamente nula no parque, o espaço tem 40 placas que informam sobre o risco de contração da febre.
A população deve evitar a vegetação, não pode pisar no gramado da área verde e nem ficar próxima ao lago. As medidas são preventivas, segundo a Prefeitura.
Na tarde de terça-feira (30), o Correio flagrou uma capivara no parque - o animal é principal hospedeiro do carrapato. A Administração informou que investiga de que forma o roedor entrou no parque, já que todo o Lago do Café foi cercado para impedir que capivaras invadissem o local.
Ainda de acordo com a Secretaria de Serviços públicos, o animal foi recolhido e enviado para outro lugar. A Administração informou que a presença do roedor não significa, necessariamente, que quem frequenta o espaço corra risco de ser contaminado.
No evento de inauguração do Lago, Donizette falou que abertura do local foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após uma série de exames feitos no parque.
A ocorrência do carrapato será permanentemente monitorada pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) do município, de acordo com o prefeito.
Depois da descontaminação, o espaço passou por uma revitalização que custou R$ 300 mil. Foi recuperada a pista de caminhada e reformulado o projeto de paisagismo do espaço.
"Reformamos também as galerias de águas pluviais e fizemos a repintura das pontes", disse Donizette.
Dez jardineiros cuidaram do parque, uma vez que a grama do local não pode ultrapassar 5 centímetros. A medida é uma determinação da Anvisa, para que os carrapatos remanescentes possam morrer de insolação.
A Secretaria de Cultura vai abrir neste mês uma licitação para a recuperação do casarão do Lago do Café. O Palácio de Cristal, que hoje abriga o arquivo municipal, também será reformado.
As obras devem durar cerca de quatro meses e os investimentos chegam a R$ 300 mil. Ainda segundo Jonas, a Prefeitura pretende alocar a Secretaria de Serviços Públicos no parque.
Porém, ainda não existe uma data para que a mudança ocorra. "Vamos fazer a transferência com muita calma. O Paço Municipal hoje tem um grande problema de falta de espaço, precisamos fazer vários ajustes. E nada mais emblemático do que colocar a secretaria que cuida das áreas verdes da cidade dentro do Lago" .
A solenidade de abertura atraiu a atenção de quem foi ao Parque Portugal para fazer exercícios. Muitos curiosos aproveitaram para visitar o Lago do Café. "Acho importante Campinas ter mais uma área verde para a população passear e caminhar. Os parques ficaram durante muito tempo esquecidos e mal cuidados em Campinas. Quanto mais áreas, melhor", disse a professora Juliana Moretti.
Saiba Mais
O Lago do Café estava fechado ao público e inutilizado desde 2009, depois que um funcionário morreu vítima da febre maculosa, doença transmitida pelo carrapato-estrela. Catorze capivaras que estavam confinadas em uma área de 2,5 mil m² dentro do parque, foram sacrificadas para eliminar os riscos de contaminação. A atitude causou controvérsia entre a população.