Campinas quer R$ 2 mi para reformar o Cury

O prefeito Jonas Donizette (PSB) quer usar uma verba de R$ 2 milhões destinada à cidade por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público para promover melhorias na segurança do Viaduto Cury. O acordo previa a aplicação de verbas para infraestrutura. A afirmação ocorre depois que cinco veículos caíram do elevado em um período de três meses. No caso mais grave, ocorrido em julho, uma pessoa morreu e 19 ficaram feridas na queda de um ônibus. “Estamos em negociação para tentar liberar o dinheiro para usar na atualização do guard-rail do viaduto”, afirmou o prefeito. Jonas disse, porém, que isso só deve ser feito no ano que vem. Outra medida que a Prefeitura deve adotar para melhorar as condições de segurança no elevado é instalar, até o final do ano, um redutor de velocidade. “Até para instalar um mecanismo simples como um redutor de velocidade é preciso fazer estudos e os técnicos da Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) estão avaliando a melhor forma”, disse o prefeito. Especialistas em segurança destacam a necessidade de reforçar o guard-rail do elevado, que é inadequado para suportar um tráfico intenso, e de reduzir a velocidade dos veículos que trafegam pelo local. O prefeito informou que, como o viaduto deverá passar por reformulações por causa do projeto do corredor de ônibus BRT, toda e qualquer mudança no espaço deve ser cuidadosamente estudada. “Precisamos estudar com muito cuidado o tipo de guard-rail que temos que colocar porque não podemos fazer grandes intervenções antes de o projeto do BRT ser definido.” Ainda segundo o prefeito, é preciso concluir o estudo com calma para encontrar a melhor forma de atualizar o sistema de proteção lateral do viaduto. Especialistas dizem que a melhor barreira a ser instalada seria a de concreto do tipo New Jersey, que tem a forma similar a de um triângulo, muito usada nas rodovias. “É preciso ter certeza de que a estrutura irá aguentar o peso. Não podemos tomar decisões sem que o estudo esteja pronto”, disse Jonas. Os estudos sobre as condições em que se encontram a estrutura do viaduto começaram em julho, após o acidente de ônibus. Um levantamento preliminar feito pela Secretaria de Serviços Públicos de Campinas e entregue para a Secretaria de Infraestrutura em janeiro de 2013 já apontava que o guard-rail do elevado não estava em condições de segurança para suportar o tráfego pesado de veículos. Alguns dos apontamentos desse relatório já foram feitos, como os reparos necessários na viga de sustentação do veículo. Jonas disse que os acidentes mais graves registrados nos últimos meses no viaduto foram provocados por excesso de velocidade. Com a reforma no pavimento da via, as condições de tráfego melhoraram, o que pode explicar o aumento da velocidade no trecho. A série de acidentes começou no início de julho, quando um motorista que diriga alcoolizado caiu do viaduto. No dia 22 de julho, um bandido que fugiu da polícia em um carro roubado despencou também no local, durante a perseguição. O mais grave acidente ocorreu dia 23 de julho, quando o ônibus caiu, provocando uma morte. Segundo laudo feito pelo Instituto de Criminalística, o veículo estava a 56km/h quando se chocou contra a defensa. Em setembro, um garçom caiu com sua motocicleta do viaduto, mas teve ferimentos leves porque a queda foi amortizada por uma banca. O último acidente aconteceu na noite da última terça-feira, quando um carro caiu depois de supostamente ter sido fechado por um ônibus. O motorista do coletivo, no entanto, disse que foi o veículo que teria entrado na frente do coletivo. Veja também Viaduto recordista de acidentes terá reforço O mais recomendado para o local seria construir barreiras de concreto, como as de rodovias Em 4 meses, 5 veículos caem do mesmo viaduto Carro bateu em ônibus, arrebentou guard-rail e caiu de cerca de quatro metros do Viaduto Cury