Estacionamento tem capacidade para 2,3 mil veículos mas atualmente abriga mais de oito mil
Na busca por uma solução para acabar com a superlotação do pátio onde são depositados veículos apreendidos, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) quer acelerar e ampliar o número de leilões para retirar os carros sucateados e com processos emperrados na Justiça.
Para isso, o secretário de Transportes, Sérgio Benassi, esteve reunido na última sexta-feira (22) com representantes do Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran-SP), na Capital, e com o delegado da 7Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) para criar um plano de trabalho.
A Emdec quer acelerar a realização desses leilões, vendendo inclusive as peças dos carros que estão sucateados. Para isso, pretende unir esforços e fazer um relatório circunstanciado, uma espécie de levantamento da documentação de todos os veículos.
“Quem faz os leilões é a Ciretran, por isso teremos uma conversa com a Justiça para que haja a autorização da venda dos veículos. Temos urgência”, disse Benassi. Atualmente, não há uma periodicidade para realização desses leilões.
O pátio municipal, no Jardim São João, tem uma área de 26 mil m² e capacidade para abrigar 2,3 mil veículos. Mas atualmente possui mais de oito mil carros. Em média, entram 22 veículos por dia e saem 18, gerando um acúmulo médio de quatro veículos por dia.
Do total depositado neste pátio, cinco mil são resultados de apreensões da Polícia Civil por furto, roubo, sequestro, envolvimento em acidentes ou questões judiciais que mantêm os veículos empilhados à espera de decisões de juízes. Outros dois mil veículos já se transformaram em sucata.
A área pertence ao município, mas, segundo Benassi, mais de 90% do que é depositado no local é resultado de apreensões que envolvem as ações das polícias Militar e Civil. As que são feitas por agentes de trânsito da Emdec são retiradas com mais rapidez e representam menos de 10%.
A longo prazo, afirma o secretário, a proposta é de que o Governo do Estado construa um novo pátio e assuma sua administração. Para manter esse espaço hoje, a Prefeitura gasta cerca de R$ 1 milhão por ano.
A 7 Ciretran de Campinas é o órgão público responsável pela realização de leilões. Todo veículo recolhido ao pátio municipal há mais de 90 dias, sem pendências policiais ou jurídicas, pode ser levado a leilão.
É a Ciretran que define qual veículo será comercializado ao cancelar o Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores). É ela a responsável também pelo contrato do leiloeiro e a emissão da nota fiscal da aquisição do produto.
Os veículos são vendidos como “sucata”, ou seja, não podem circular porque não possuem documentação, uma vez que o Renavam é cancelado. Já todas as peças dos veículos podem ser comercializadas. Os valores arrecadados com o leilão são destinados pela Justiça para quitar débitos dos veículos ou de seus proprietários.