CAMPINAS

Campinas mantém subsídio para empresas de ônibus

Prefeitura pagará R$ 30 milhões às empresas do sistema neste ano; expectativa era eliminar o pagamento, mas aumento do diesel e queda no passageiros influenciar a decisão

Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br
03/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 00:56

Ônibus circulam pelas ruas de Campinas: desde setembroo número de assaltos vem caindo ( Cedoc/ RAC)

O subsídio ao transporte coletivo de Campinas será reduzido em 56,1% em 2015, conforme decreto do prefeito Jonas Donizette (PSB) publicado ontem no Diário Oficial do Município (DOM). De R$ 68,4 milhões pagos em 2014 às empresas e cooperados do sistema de transporte, a Prefeitura vai bancar R$ 30 milhões em 2015. Desse total, R$ 18 milhões serão direcionados ao sistema público de transporte coletivo e R$ 12 milhões para o Programa de Acessibilidade Inclusiva (PAI). A expectativa era que o subsídio em 2015 ficasse restrito ao PAI, mas a mudança de cenário econômico, com aumento do diesel e a queda no número de passageiros transportados, levou a Prefeitura a subsidiar o sistema por mais um ano, disse o secretário Carlos José Barreiro. Dos R$ 18 milhões que complementarão o custo da tarifa, 80% ficam com as empresas de transporte e 20% com o sistema alternativo. No ano passado, o subsídio às empresas e cooperativas foi de R$ 59,4 milhões, e para o PAI, R$ 9 milhões.   Quadro adverso   “Não estávamos prevendo o aumento do diesel e da gasolina e nem que haveria redução no número de passageiros transportados”, afirmou. Embora ainda não tenha um levantamento fechado, a estimativa da secretaria é de uma retração de 5% a 6% no número de passageiros que deixaram de utilizar ônibus nos últimos dois meses. Podem estar contribuindo para isso, a desaceleração econômica, com férias coletivas nas empresas e redução do nível do emprego, que afetou também o comércio.   “As pessoas, assim, estão utilizando menos ônibus para se deslocarem”, afirmou Barreiro. Além disso, está havendo um aumento do número de carros em circulação, o que vai na contramão do incentivo ao uso do transporte coletivo.   Tendência é eliminar   Barreiro disse que a tendência da Prefeitura é eliminar o subsídio ao transporte coletivo, mantendo o financiamento apenas a programas especiais, como o de acessibilidade inclusiva. “Já iríamos fazer isso este ano, mas esses dois eventos — aumento do diesel e queda no número de passageiros — nos obrigaram a mais uma vez colocar verbas no sistema, para poder garantir o equilíbrio financeiro dos concessionários”, disse.   A tarifa de ônibus atual é de R$ 3,50. Em 2 de dezembro de 2012, antes do governo Jonas Donizette, o valor da tarifa de ônibus foi reajustado para R$ 3,30. O subsídio mensal da Prefeitura para o sistema de transporte público era de cerca de R$ 3 milhões. Em junho de 2013, o prefeito Jonas Donizette reduziu o valor da passagem para R$ 3,00, com subsídio mensal da ordem de R$ 6,6 milhões.Já em agosto de 2014, após mais de um ano, a tarifa voltou para R$ 3,30, com subsídio mensal de 3,6 milhões. Com a tarifa a R$ 3,50, o subsídio da Prefeitura será de R$ 1,5 milhão por mês.   Renovação da frota    Em dois anos do prefeito Jonas Donizette à frente do Paço Municipal, Campinas teve 248 novos ônibus incorporados ao sistema de transporte público. A frota atingiu 71% de acessibilidade. Também nesse período, a frota do PAI-Serviço dobrou o número de vans, que também passaram a ter maior capacidade de transporte.Também foi instituído o Passe Lazer, com 50% de desconto na tarifa em dois domingos por mês, e o período do Bilhete Único foi ampliado de uma hora e meia para duas horas.   Hoje, o sistema de transporte público coletivo de Campinas possui 1.240 ônibus em operação, sendo 992 do sistema convencional e 248 do sistema alternativo. Deste total, 880 são acessíveis (71%). Já o PAI possui 50 vans e dois ônibus acessíveis em operação.   Permissionárias reclamam    As empresas de transporte coletivo que operam em Campinas avaliaram ontem que o subsídio de R$ 18 milhões é muito pequeno diante dos custos do sistema e da defasagem tarifária. Esse valor custeará o transporte das empresas e cooperativas.   O presidente da Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas (Transurc), Belarmino da Ascenção Marta Junior, informou por meio de sua assessoria que os quatro aumentos no diesel que ocorreram desde janeiro — um dos quais ontem — a inclusão de mais uma gratuidade custeada pelo sistema (passe universitário) e o aumento da carga tributária sobre as empresas não conseguem ser custeados pela tarifa, mesmo com o subsídio municipal.A Transurc não informou qual o valor real da tarifa e nem qual o valor de subsídio   que as empresas precisam para garantir a saúde financeira do sistema. Para a associação, as gratuidades são uma das maiores onerações do sistema. De cada dez pessoas que entram no ônibus, três irão circular gratuitamente, por causa das isenções de tarifa fornecidas pelo sistema. A última a ser adotada foi o passe universitário, que sai por R$ 1,75.

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