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Campinas figura como a 6ª do País em roubos de bicicletas

Cidade registrou 65 casos, sendo 39 roubos; o cadastro nacional é um site que se tornou o principal aglutinador de informações para ciclistas que são vítimas de ações criminosas

Gustavo Abdel
09/06/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 11:13
Proprietário da Loja Fuje Bike, no Taquaral, Sey Goto, mostra numeração da bicicleta ( Dominique Torquato/AAN)

Proprietário da Loja Fuje Bike, no Taquaral, Sey Goto, mostra numeração da bicicleta ( Dominique Torquato/AAN)

Campinas aparece em 6º lugar do ranking do Cadastro Nacional de Bicicletas Roubadas, dentre os 30 municípios que divulgaram as ocorrências de furtos e roubos nos últimos seis anos. A cidade registrou  nesse período, 65 casos, sendo 39 roubos, e o cadastro nacional é um site que se tornou o principal aglutinador de informações para ciclistas que são vítimas de ações criminosas. A divulgação unificada nesse endereço, além de outras medidas que controlem a crescente onda de roubos e furtos de bicicletas, principalmente nos distritos de Sousas e Joaquim Egídio, será proposta pelos representantes do pedal esta quarta-feira (10), durante reunião com a Secretaria Municipal de Segurança. Os ciclistas e cicloativistas de Campinas também deverão propor às autoridades a elaboração de um projeto de lei que obrigue a venda de bicicletas somente com nota fiscal, que contenha o número do quadro da bike (chassi gravado abaixo do pedal) e características do transporte. Além disso, serão cobrados mais policiamento nas principais trilhas e rotas existentes em Campinas, e que no último mês têm servido de esconderijo de bandidos. No Rio de Janeiro, caso o governo estadual sancione, roubos e furtos deverão figurar nas estatísticas do Instituto de Segurança Pública daquele Estado. A medida, aprovada em projeto de lei na Câmara dos Deputados do Rio, na semana passada, tem a proposta de identificar os principais locais dos crimes e chegar até os receptores do produto. O projeto surgiu após vários casos de roubos de bicicletas com uso de violência. No mais grave deles, o médico Jaime Gold morreu um dia após ser atacado com golpes de faca enquanto andava de bicicleta na Lagoa Rodrigo de Freitas, no mês passado. Além do site Cadastro Nacional de Bicicletas Roubadas, que se propõe a agrupar os casos de todo o Brasil, os órgãos oficiais do governo não tem um dispositivo que contabilize especificamente roubos ou furtos de bicicletas. No site mencionado, a vítima do roubo preenche o formulário eletrônico, e tem a possibilidade de colocar fotos, detalhes como a data do delito, o local, o número do quadro da bicicleta e um espaço para que a vítima relate como foi a ação do bandido. O registro fica bloqueado para que a equipe responsável pelo cadastro confira os dados. De acordo com o site, Campinas fica atrás somente de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília e Belo Horizonte. Após análise, o registro é publicado no sistema. Caso alguém queira entrar em contato com a vítima, é possível enviar um e-mail através de um formulário especial, cujo link fica indicado em cada cadastro. Atualmente são mais de 4 mil bikes cadastradas no site. "Infelizmente esses sites não tem tanta divulgação, e uma das nossas propostas durante a reunião com o secretário de segurança será divulgar um único site em que as pessoas possam cadastrar as bikes e as autoridades sistematicamente olharem as atualizações" , disse o cicloativista Eduardo Gomez. "Como muitas bicicletas não têm cadastro, acabam encostadas em delegacias e sendo destinadas a outras finalidades" , avalia. Para ele, entretanto, muitas bicicletas roubadas ou furtadas atravessam estados, e se não houver um cadastro nacional amplamente divulgado a chance de recuperar uma bicicleta continuará remota. "Vamos propor um projeto de lei que force as lojas a vender a bike com nota fiscal, e que conste o número do quadro e demais características" , reforçou Glauco Azevedo, outro cicloativista e membro do grupo Pró-Ciclovia.Chassi A loja de bicicletas e acessórios Fuji Bike fornece aos compradores a nota fiscal com o chassi da bicicleta gravado. As bicicletas mais novas, e com valores entre R$ 3 mil e R$ 20 mil também possui um código de barras impresso ao lado do chassi, abaixo do pedal. "Dá para localizar o proprietário pelo código ou chassi, e também levar até o receptor desse produto" , disse o proprietário da loja, Sey Goto. "Infelizmente muitas vezes os chassis são raspados pelos bandidos" , disse. "Uma cliente certa vez identificou aqui na nossa oficina sua bicicleta que havia sido furtada, pelas características. Liguei para a pessoa que a tinha deixado aqui e ela se enrolou, e não veio buscar mais" , contou Goto. Peças, acessórios e bicicletas com valores muito abaixo do mercado são vendidos em grande escala pela internet, mas o consumidor precisa exigir nota fiscal do produto, orienta o empresário.Casos As tradicionais trilhas de ciclistas do distrito de Joaquim Egídio transformaram-se em verdadeiras rotas do medo. Em pouco menos de um mês foram 20 bicicletas roubadas e ciclistas feitos reféns por bandidos que chegam em bando e fortemente armados, deixando em cativeiro muitas vítimas. Na última quinta-feira (4), conforme mostrou o Correio, um policial militar de folga baleou um ladrão após troca de tiros, quando ele e um comparsa roubaram sua bicicleta e de um amigo, quando faziam a trilha da Bocaina, por volta das 18h50, em frente ao restaurante Feijão com Tranqueira. Um dos bandidos foi baleado e segue internado. O outro bandido fugiu e as bicicletas foram localizadas dois dias depois. A secretaria municipal de Segurança confirmou a reunião de amanhã e que primeiramente irá ouvir as propostas do grupo, para posteriormente adequar as formas de ação no combate ao roubo e furto de bicicletas. O 2º Comando de Policiamento do Interior (CPI-2) informou por meio da imprensa que a região de trilhas de Joaquim Egídio e Sousas é de responsabilidade da Polícia Militar Ambiental. Por volta das 16h de ontem o Comando repassou a demanda para a Ambiental, que até o fechamento desta edição não se posicionou.Conselho irá propor ciclovias em leitos ferroviáriosO Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano irá propor ao secretário de Transporte e presidente da Emdec, Carlos José Barreiro, a inclusão de ciclovias nos leitos ferroviários desativados que cortam Campinas. A proposta, de acordo com o presidente do conselho Fábio Bernils, é o aproveitamento de espaços topograficamente adequados para o modal e a extensão, que permitiria aos usuários atravessarem diversos bairros. Esta quarta-feira (10) o conselho recebe o secretário durante reunião ordinária, quando Barreiro irá mostrar o Plano Cicloviário de Campinas, lançado em abril desse ano. Segundo o plano, ao todo serão 122,8 quilômetros de ciclovias construídas em ao menos 20 bairros. Todas serão implantadas em canteiros centrais de vias importantes com sinalização e semáforos próprios, em cruzamentos, para a integração com o trânsito local. "A proposta do conselho será expor ao secretário a possibilidade de inclusão no plano para aproveitamento do leito férreo em Campinas, que possui uma faixa de domínio dos dois lados de aproximadamente 20 metros de cada lado, e com topografia favorável. Podemos ter ciclovias mais extensas, transpassando bairros e fora das grandes avenidas" , apontou Bernils. "Temos muitos leitos desativados, sem que ninguém tome conta, e que poderiam ser utilizados para esse fim" , completou.Ranking por Cidade Cidade - Estado Furtos Roubos Total % 1. São Paulo - SP 387 135 522 (20,96%) 2. Rio de Janeiro - RJ 209 133 342 (13,73%) 3. Curitiba - PR 168 35 203 (8,15%) 4. Brasília - DF 84 32 116 (4,66%) 5. Belo Horizonte - MG 62 29 91 (3,65%) 6. Campinas - SP 26 39 65 (2,61%) 7. Porto Alegre - RS 46 10 56 (2,25%) 8. Goiânia - GO 27 10 37 (1,49%) 9. Taguatinga - DF 8 26 34 (1,36%) 10. Florianópolis - SC 30 4 34 (1,36%) * Fonte: Cadastro Nacional de Bicicleta Roubada

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