PONTOS TURÍSTICOS

Campinas, 239 anos de muita história

Diversidade étnica, produtividade e modernismo: saiba como se desenvolveu o maior pólo tecnológico da América Latina

28/06/2013 às 14:14.
Atualizado em 25/04/2022 às 10:26

Campinas, cidade formada originalmente de um pouso nas trilhas da Estrada dos Goiases, carrega em sua história uma longa trajetória de abastecimento e produção de açúcar e café, atividades que somadas à indústria, serviços e geração de tecnologia, permitiram à cidade desempenhar um papel estratégico no desenvolvimento de uma ampla região do Estado.

Sua diversidade étnica, produtiva e tecnológica, presente em um variado leque de atrativos turísticos, urbanos e rurais, permitem-nos descobrir um intenso e rico território cultural, em permanente transformação.

A área em que hoje se acha instalada a cidade de Campinas surgiu como um bairro rural da Vila de Jundiaí. Território ocupado por matas fechadas e campos, foi com a abertura da Estrada dos Goiases, em 1722, que se formou um núcleo mais adensado de povoamento, constituído por um pouso de tropeiros, pelas primeiras sesmarias e por um número progressivo de lavouras de subsistência. O crescimento do comércio, somado à presença de terras férteis promoveu, no final do século XVIII, a instalação de engenhos de açúcar e lavouras de cana transformando-se o antigo bairro rural em freguesia de Nossa Senhora da Conceição (1774) e, em poucas décadas, na Vila de São Carlos (1797).

Caracterizada pela produção açucareira e pelas atividades de comércio, a Vila de São Carlos viu-se transformar na cidade de Campinas (1842) na proporção em que os cafezais substituíram as lavouras de cana, ampliando-se a riqueza do município com o crescimento e complexificação da economia cafeeira.

Conhecida como “princesa do oeste” em alusão à marcha cafeeira pela porção oeste da Província de São Paulo, a cidade de Campinas experimentou uma importante modernização entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras décadas do século XX, constituindo-se nesta ocasião as bases infra-estruturais do município nos campos de energia, saneamento, transporte, comunicações, saúde pública, indústria e educação.

Com a crise da economia cafeeira, no curso dos anos 1930, Campinas assumiu uma fisionomia mais industrial e de serviços, procurando conferir às estruturas herdadas do passado, novas perspectivas e caminhos de desenvolvimento. No plano econômico, a cidade buscou aliar a abertura/ampliação de novas frentes agro-industriais às tradições centenárias de comércio e serviços, somando-se no curso dos anos 1960, novos centros de educação, pesquisa e tecnologia, entre eles, a Universidade Estadual de Campinas (1966), o Instituto de Tecnologia de Alimentos (1969) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (1976). Nos anos 1980, já na posição de segundo pólo industrial do país em valor de produção (após a Região Metropolitana de São Paulo), Campinas viveria a instalação do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (1982), do Laboratório Nacional de Luz Síncontron (1984) e da Embrapa Informática Agropecuária e Embrapa Monitoramento por Satélites (1989), instituições que fortaleceram uma nova modalidade de desenvolvimento industrial nos campos de informática e telecomunicações.

No plano urbanístico, o crescimento e diversificação produtiva somados a um progressivo fluxo migratório permitiram à cidade crescer 15 vezes em território e 5 vezes em população no curso de quatro décadas (1950/1990); processos que na atualidade se traduzem numa malha urbana de 800 km² e numa população de pouco mais de 1 milhão de habitantes, distribuída por quatro distritos (Joaquim Egídio, Sousas, Barão Geraldo, e Nova Aparecida) e centenas de bairros.

A cidade de Campinas, maior pólo tecnológico da América Latina, alia na atualidade diferentes competências e dinâmicas: cidade de serviços, de comércio tradicional, de produção agrícola, de geração de ciência e tecnologia, seu vigor social e econômico conferem-lhe seu destacado lugar político: o de capital da Região Metropolitana de Campinas (com 19 municípios e uma população de 2,8 milhões de habitantes) e também da Região Administrativa de Campinas (com 90 municípios e uma população de 6,2 milhões de habitantes).

Na sua porção rural, a cidade guarda também importantes processos e testemunhos de desenvolvimento, entre eles, áreas agrícolas remanescentes, populações e tradições centenárias, processos tecnológicos, saberes e fazeres únicos, num conjunto patrimonial surpreendente e rico.

Distritos de Sousas e Joaquim Egídio

 

Com aproximadamente 222 quilômetros quadrados de extensão (correspondente a 27% do território), a APA Campinas é a área de maior concentração de água e matas naturais do município, registrando 60% da Mata Atlântica remanescente e uma vegetação típica de ambientes rochosos (hoje em dia de rara presença). Com fauna e flora diversificada, além de uma paisagem diferenciada pela presença de serras e morros, a região conta com 250 espécies de aves, 68 de mamíferos, 45 de anfíbios e 40 de répteis, podendo-se encontrar em suas matas, macacos, tatus, tucanos, maritacas, capivaras, sabiás, além de animais ameaçados de extinção como a jaguatirica, a sussuarana, o sagüi, a lontra e a paca. Nestes Distritos acham-se preservadas também parte das antigas fazendas de açúcar/café que outrora configuraram o município como centro do complexo cafeicultor paulista. Além das fazendas, dois núcleos urbanos - outrora arraiais – continuam a manter arruamentos e casarios das últimas décadas do século XIX, ou ainda, monumentos remanescentes (estação, ponte, instalações) do antigo Ramal Férreo Campineiro, a “cabrita”, estrada de ferro criada em 1889 e substituída em 1918 por bondes elétricos que perduraram até 1956. Na atualidade, seu leito abriga um “caminho de lazer” entre os dois Distritos.

São distritos muitos visitados, principalmente aos finais de semana, pela variedade de atividades encontradas. Oferecem opções de diversos restaurantes e bares, desde a gastronomia de fazenda até a internacional, com ambientes aconchegantes e prazerosos, com mesas nas calçadas,podendo se sentar também nos famosos caixotes enquanto aguarda a mesa degustando petiscos, nos remetendo a uma genuína cidade interiorana, com edificações rústicas; diversidade de esportes: como trilhas para caminhadas,jipes e motos, passeios a cavalos, pesqueiros, clube do remo, feiras de artesanatos; festas típicas e Caminhadas Ecológicas promovidas pela própria prefeitura, ocorrendo duas vezes ao ano.

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