SUSPEITA

Câmara de Campinas apura denúncia em licitação milionária de computadores

Empresa vencedora de processo para compra de computadores é investigada por vereadores

Milene Moreto
14/11/2013 às 07:15.
Atualizado em 26/04/2022 às 12:41

A Câmara de Campinas investiga a empresa Guilherme Augusto de Godoy ME, vencedora do contrato de R$ 1,4 milhão para venda de 281 computadores ao Legislativo. Segundo a Casa, uma denúncia anônima motivou a apuração. Servidores estiveram na cidade de Rio Claro para verificar se a sede da empresa existia, já que a informação da denúncia era de que no endereço fornecido funcionava um galpão para a vistoria de carros. Não foram constatas irregularidades. Na primeira diligência feita pelo pregoeiro da Câmara, Jorge Brasco, ficou constatado que a empresa existe e divide um galpão com outra companhia responsável pelas vistorias de automóveis. A partir de agora, o presidente Campos Filho (DEM) afirmou que o Legislativo vai entrar em contato com diversas prefeituras que compraram equipamentos da empresa para verificar se houve algum problema na prestação do serviço. “Se houve problemas de ordem legal ou moral o processo será suspenso. Mas, por enquanto, não temos nenhum indicativo. Todas as nossas compras estão abertas para a população de Campinas, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Não pode restar a menor dúvida caso exista alguma ilicitude”, disse. Os computadores da Câmara foram substituídos a pedido dos vereadores. Segundo o presidente, os equipamentos do Legislativo tinham mais de dez anos e estavam “obsoletos”. Para justificar o valor de cada um dos computadores, R$ 3,5 mil, a Casa alegou que a assistência técnica foi embutida no contrato e que a manutenção será feita diretamente na Câmara. Os equipamentos adquiridos pelo Legislativo são da marca Positivo, possuem processador Intel i5, memória de 4 e 8 gigas e HD de 500 gigas ou 1 tera. Todos contam com drives de CD, DVD e leitores de cartão. A linha adquirida pela Câmara é corporativa e chamada pela empresa de D570. Além da compra dos computadores, a Casa previa adquirir também servidores, notebooks e scanners. Os servidores seriam utilizados para armazenar os dados dos setores de contabilidade, tesouraria, recursos humanos, almoxarifado, frota de veículos e produção legislativa. A alegação era de que os equipamentos atuais trabalham “no limite”. Os notebooks seriam utilizados durante as reuniões da Casa. Esta parte da licitação, porém, foi fracassada por falta de interessados ou pelo preço ofertado ter sido maior do que o previsto. O processo agora deverá ser reaberto.

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