INVESTIGAÇÃO E ESTUDOS

Câmara aprova CPI do Transporte e CEE do Daerp

Investigação será para averiguar o descumprimento de contrato de concessão, enquanto a CEE irá analisar possíveis boicotes no Daerp

Guto Silveira
08/08/2013 às 22:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 06:00

Os vereadores de Ribeirão Preto criaram na sessão desta quinta-feira uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e uma Comissão Especial de Estudos (CEE) para tratar de assuntos distintos que afligem a vida da população. A CPI irá investigar os motivos de descumprimento do contrato de concessão do transporte coletivo pelo Consórcio PróUrbano. A CEE analisará o trabalho do Daerp.Segundo Ricardo Silva (PDT) autor do requerimento de CPI, a investigação será para apontar possíveis atrasos em investimentos, valor da tarifa, idade da frota, inadimplência contratual etc. Em sua justificativa, o vereador enumera cerca de 20 itens para apontar a necessidade da CPI. “Além de apurar eventual descumprimento contratual por parte do consórcio na execução do contrato de concessão, queremos apontar atitudes que devem ser tomadas pelo Poder Executivo, sob pena de se incorrer, em tese, em atos de improbidade administrativa”, justifica. “Não é uma CPI movida por raiva, mas pelo cumprimento da função de fiscalização que os vereadores têm”, comentou. O vereador conseguiu nove assinaturas (o mínimo é oito) e, com isso, conseguiu aprovar a CPI. Os integrantes da Comissão ainda serão nomeados por ato da Presidência da Mesa diretora, mas os nomes apontados são o próprio Ricardo Silva, Bertinho Scandiuzzi (PSDB), Beto Cangussú (PT), Marcos Papa (sem partido) e Rodrigo Simões (PP). EstudosA CEE do Daerp, requerida pelo vereador Walter Gomes (PR), que a presidirá, terá como objeto estudar e analisar denúncias de boicote quando ocorreu a queima de quatro bombas de poços artesianos em um mesmo final de semana. O fato deixou cerca de 100 mil pessoas da Zona Oeste da cidade sem o abastecimento de água e levou à demissão do ex-superintendente do Daerp, Marcelo Galli. Walter Gomes (foto) disse ter recebido informações que o problema ocorreu por boicote de funcionários do Departamento e é isso que ele pretende apurar. “Houve essa denúncia, que é caso de polícia. Vamos verificar se teve esse problema”, disse. Já o vereador Samuel Zanferdini (PMDB) acha que a situação vai além do boicote e sugere que existe corrupção na autarquia. “Acho que tem gente ganhando dinheiro com os problemas. Onde já se viu queimar quatro bombas ao mesmo tempo? Temos que descobrir quem ganha dinheiro com isso. Hoje recebi denúncia que vou apurar, porque parece que tem gente praticando crimes dentro do Daerp”, apontou Zanferdini. Até o presidente da Câmara, Cícero Gomes da Silva (PMDB) se manifestou sobre os problemas do Daerp, dizendo que “é hora de passar a limpo a administração do Daerp, porque não dá mais para continuar a conviver com essa situação”, apontou. E disse ter informações que há desvios de materiais e até bombas pagas como novas, mas que são usadas. ComposiçãoA CEE seria composta apenas pelos governistas Walter Gomes (PR) Bebé (PSD) Capela Novas (PPS), líder do governo na Câmara, Giló (PR) e André Luiz da Silva (PCdoB), mas por pressão do tucano Bertinho Scandiuzzi ele próprio e o seu colega de partido Maurício Gasparini foram incluídos por uma emenda ao projeto de resolução. No momento da votação do projeto a emenda foi alterada para a entrada também de Paulo Modas (PR) e Samuel Zanferdini (PMDB).

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