CAMPINAS

Cadeirantes ficam trancados para o lado de fora de ginásio

Grupo acusa Prefeitura de trocar cadeado; Administração afirma que atletas tinham sido avisados

Da redação
igpaulista@rac.com.br
09/04/2013 às 16:18.
Atualizado em 25/04/2022 às 21:07

Grupo que treinaria no ginásio: três horas à espera de ônibus (Elcio Alves/AAN)

Dezoito integrantes do Grupo de Amigos Deficientes e Esportistas de Campinas (Gadecamp) viveram uma situação inesperada na tarde desta segunda-feira (8). Os atletas, representantes da cidade na modalidade basquete em cadeira de rodas, chegaram ao Ginásio Poliesportivo Nabi Abi Chedid, onde treinam três vezes por semana, e não puderam entrar.

O grupo alegou que a Prefeitura trocou o cadeado, do qual eles têm chave, e não avisou. Os cadeirantes afirmaram que tiveram de ficar no local das 17h às 20h, já que o ônibus que fica à disposição do grupo só retorna neste horário para buscar a equipe e deixá-los em casa. A Prefeitura, por sua vez, informou que a equipe foi notificada dez dias antes sobre o fechamento da praça às segundas-feiras.

“Nós treinamos aqui às segundas, quartas e sextas-feiras. Faz 15 dias que a Prefeitura avisou que, provavelmente, não poderíamos mais treinar às segundas-feiras, mas ficaram de marcar uma reunião antes de tomarem uma atitude. Entretanto, chegamos aqui e encontramos o local trancado e com cadeado novo. É uma falta de consideração. Somos deficientes e estamos aqui ao léu, sem poder nem usar o banheiro”, disse o presidente do Gadecamp, Milton Marcelino.

Os atletas treinam no local há mais de um ano.

A equipe disputa os campeonatos Paulista e Brasileiro de basquete em cadeira de rodas. Três deles já estão convocados para a Seleção Paulista de basquete em cadeira de rodas. “Nós precisamos treinar para manter o ritmo e continuar representando a cidade”, disse Marcelino.

Muitos dos integrantes da Gadecamp saem do trabalho e seguem direto para o treino. É o caso do analista de cobrança Henrique Daniel. “Perdi tempo”, disse. Paulo Rogerio Sousa se disse indignado com a situação. “Não é a primeira vez que eles pisam na bola.

Não é o caso de hoje, mas vira e mexe eles, inclusive, mudam a gente de lugar. É só chegar uma equipe grande que nós perdemos a vez. Primeiro treinávamos no Ginásio do Taquaral, depois levaram a gente para o Rogê Ferreira, depois para o Concórdia e agora para cá. Quando a gente se acostuma num lugar, eles trocam”, afirmou.

A Prefeitura reconheceu a importância do grupo para a cidade e disse que a situação foi um mal entendido, uma vez que, segundo a Administração, o grupo foi notificado sobre o fechamento de todas as praças da cidade que têm piscina às segundas-feiras. A Administração reiterou que não teve a intenção de prejudicar o grupo e que a decisão de fechar todas as praças que têm piscina às segunda-feiras foi administrativa. Mas ressaltou que a equipe pode escolher um outro dia da semana para treinar no local.

Saiba mais

O Gadecamp teve início no Projeto de Atividade Motora Adaptada (Pama), da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolvida a partir de 1988 com objetivo de integrar e estimular o convívio social da pessoa com deficiência à sociedade com esportes adaptados.

Em 1996, foi formado o Grupo de Esportistas Deficientes em Ação e Integração (Gedai), que separava do Pama os esportes em cadeira de rodas para formar equipes competitivas. A partir do crescimento técnico dos atletas do basquetebol e a falta de recursos financeiros para campeonatos, alguns integrantes optaram por criar, em março de 1999, o Gadecamp, com o apoio da Prefeitura, que cedeu o Ginásio de Esportes do Taquaral para os treinos.

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