ALERTA

Cães pequenos têm tendência à doença cardíaca

Tutores devem ficar a tentos e fazer exames no animal pelo menos uma vez por ano; endocardiose da valva mitral mata, não tem cura e não apresenta sintomas no começo

Raquel Valli
04/03/2015 às 19:19.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:00
O médico-veterinário Rodrigo Malavolta (à esq.), pós-graduado em Cardiologia Veterinária e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia Veterinária (SBCV) ( Carlos Sousa Ramos/ AAN)

O médico-veterinário Rodrigo Malavolta (à esq.), pós-graduado em Cardiologia Veterinária e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia Veterinária (SBCV) ( Carlos Sousa Ramos/ AAN)

Se você tem cachorro de pequeno a médio porte que esteja ficando idoso deve ficar atento ao fato do animal ter ou vir a desenvolver a endocardiose da valva mitral, que é a doença cardíaca mais frequente entre os cães. Ela mata, não tem cura e não apresenta sintomas no começo. Por isso, é necessário que o animal faça um check-up pelo menos uma vez ao ano para que possa ser detectada. “Com o tratamento, buscamos uma melhora na qualidade de vida e o aumento da sobrevida do paciente”, explica o médico-veterinário Rodrigo Malavolta, pós-graduado em em Cardiologia Veterinária e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia Veterinária (SBCV).   O tratamento é feito com prescrição de remédios, como vasodilatadores (que dilatam os vasos sanguíneos para facilitar a passagem do sangue), inotrópicos (que fazem com que o coração bata com mais ou menos força), diuréticos (para evitar congestão e edema pulmonar), entre outros medicamentos.  A escolha e a dosagem dependem “do estágio da doença e da resposta individual de cada paciente”, ensina o pós-graduado. “Várias pesquisas e estudos estão sendo realizados na tentativa de se conseguir uma substituição/correção cirúrgica da valva acometida, mas isso ainda não é uma realidade no Brasil”.    Risco de morteTambém conhecida como doença degenerativa da válvula mitral, ela aumenta o tamanho do coração, podendo levar à insuficiência cardíaca, e à morte. E "quanto mais idoso for o cão, maior é a probabilidade de tê-la”, adverte Malavolta. Vale ressaltar que aos 7 anos de idade, um cachorro já começa a ficar senil.Indícios “Inicialmente, a doença é assintomática, porém ela é progressiva, e, com o passar do tempo, o cão apresenta sintomas como cansaço, intolerância ao exercício e, principalmente, tosse. Também pode apresentar cianose (língua roxa), dificuldade para respirar e até desmaios”, lista o veterinário.“O importante é conseguirmos fazer um diagnóstico precoce, através de um bom exame clínico e de exames complementares, principalmente o ecocardiograma. Com ele, conseguimos determinar a existência da doença, a gravidade dela e sua evolução, e, com isso, decidir o tipo e o momento de utilizar os medicamentos atualmente disponíveis, aumentando as chances de sucesso no tratamento dessa cardiopatia”, diz Malavolta.   TendênciaOs mais suscetíveis à doença são cães idosos (7 anos ou mais) e de pequeno e médio portes (com menos de 20 Kg), tais como os das raças: beagle, maltês, chihuahua, dachshound, fox, yorkshire, lulu-da-pomerânia, pequinês, pinscher, poodle toy, teckel, whippet. Embora não tão frequente, cães jovens e os de grande porte também podem ter doenças cardíacas e por isso devem também ter seus corações checados periodicamente em consultas veterinárias. Veja também Cinomose, fatal para os animais, pode ser prevenida com simples vacina Filhotes devem ser vacinados a partir dos 45 dias de vida; reforços são feitos com intervalo de 21 a 30 dias  

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