Bugrinos se unem para apoiar time longe de casa

A torcida do Guarani tem um lema que diz que o time 'nunca jogará sozinho'. Não seria diferente em uma das partidas mais importantes do clube nos últimos anos. É por isso que um grupo considerável de bugrinos, movido pelo sonho do acesso, se mobilizou para ir até Arapiraca (AL) acompanhar a primeira partida das quartas de final da Série C do Brasileiro, contra o ASA, no sábado (1). O número exato de quantos farão o deslocamento de quase 2.400km entre as duas cidades é impreciso, mas estima-se que entre 200 e 300 torcedores vão participar da aventura. Muitos deles se juntaram e criaram um grupo no WhatsApp para definir a logística e ajudar aos que procuravam passagens e hospedagem. Foi preciso também bastante planejamento. Como a definição do adversário aconteceu apenas no último dia 18, quem decidiu viajar teve menos de duas semanas para comprar as passagens — cujos preços estão longe de serem convidativos — e reservar a hospedagem. Outro problema é o fato de que não há voos diretos para Arapiraca. É preciso ir de avião até Maceió ou Aracaju (onde ficam os aeroportos mais próximos) e, de lá, seguir para o local da partida. “Formamos dois grupos, um dos que vão por Maceió e o outro dos que vão por Aracaju. Esperamos cerca de 300 pessoas”, conta o advogado Tarcísio Campos, um dos que ajudaram a coordenar esse grupo. “Tentamos organizar porque tem gente que já vai nesta quarta-feira (28), mas outros só vão no dia. Vamos juntar todo mundo, pegar o ônibus e seguir para Arapiraca”, completa o torcedor, que tirou um dia de folga para ir ao jogo. Para o empresário André Rouco, que já viaja atrás do Bugre há cerca de 20 anos, uma concentração tão intensa quanto essa é inédita. “Já participei de algumas viagens nesse período, mas, com uma mobilização como essa, creio que é a primeira vez. Não me lembro de tanto empenho para se deslocar numa viagem tão longa”, destaca. A viagem é longa, sacrifícios precisaram ser feitos, mas o otimismo do torcedor bugrino está lá em cima. A ótima campanha do time na primeira fase e a oportunidade de deixar a Série C após quatro anos são motivos que fazem com que a expectativa pelo acesso seja muito grande. “Vale todo esforço, é importante para os jogadores saberem que a torcida estará com eles”, afirma o coordenador-administrativo Rodrigo Santana Couto. “São 300 que representarão uma nação inteira. O Guarani nunca jogou sozinho e, mesmo com viagem longa, do outro lado do País, não seria nesse momento que a gente não estaria junto”, conclui.