JOGO RÁPIDO

Bugre tenta corrigir péssima largada

Coluna publicada na edição de 2/8/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
02/08/2019 às 02:00.
Atualizado em 30/03/2022 às 19:58

Depois de disputar oito rodadas sob o comando de Vinícius Eutrópio, o Guarani tomou uma série de medidas para tentar se recuperar da desastrosa largada com uma vitória, dois empates e cinco derrotas. Para se ter uma ideia de como o Bugre perdeu demais sob o comando do ex-treinador, basta notar que hoje, já na 13ª rodada da Série B, dez equipes ainda não amargaram cinco derrotas. A primeira medida foi a contratação de Roberto Fonseca, treinador que vem de bons trabalhos nos últimos dois anos. Depois, o clube anunciou vários jogadores. Apenas dois — o zagueiro Luiz Gustavo e o atacante Michel Douglas — se firmaram como titulares. Entre os demais, alguns brigam por posição e dois não estrearam. Nas primeiras partidas sob nova direção, o time mostrou evolução no sistema defensivo e os gols bisonhos sofridos antes da Copa América não se repetiram. Um fator positivo foi que o Bugre visitou três adversários de ataques fortes (CRB, Botafogo e Sport) e em duas dessas partidas não sofreu gols. O ataque, porém, segue inofensivo. A média de gols com Eutrópio era ridícula (0,5 por partida). Com o novo técnica, esse número subiu para apenas 0,8 e ainda é preocupante para quem precisa sair o quanto antes do Z4. Durante um mês, Fonseca trabalhou o time no mesmo esquema de seu antecessor (4-2-3-1), mas a derrota em casa para o Cuiabá detonou uma nova crise no Brinco. Após forte cobrança pública do presidente do clube, o treinador mudou para um 4-4-2 com três volantes e deu mais espaço a garotos da base. Pressionado, o time voltou a vencer ao bater o São Bento. E na sequência foi buscar um ponto em Recife, onde enfrentou, diante de 18 mil torcedores, um dos melhores times da Série B. O gol na Arena Pernambuco foi sintomático. Após receber bela assistência de Bruno Souza (21 anos), Davó (19) marcou seu primeiro gol como profissional e empatou o jogo. Para permanecer na divisão, o Guarani terá que saber usar o que tem de melhor. Os jovens de mais qualidade precisam ter espaço no time titular e a diretoria precisa ser cirúrgica nas contratações. O clube já trouxe muitos atletas na temporada e alguns apresentaram rendimento inferior ao de peças que já estavam no clube. Isso é um erro que custa caro, tanto no aspecto técnico como no financeiro. No dia que for capaz de detectar as qualidades de seus melhores jovens e se concentrar na busca de poucos reforços que possam acrescentar qualidade ao elenco, o Guarani dificilmente enfrentará tantas dificuldades no início de uma competição.

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