Guto Silveira (CEDOC)
Depois de entreveros básicos entre governistas e oposicionistas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo, na primeira reunião com depoimento, realizada nesta segunda-feira (2), notadamente entre o vereador governista Walter Gomes (PR) e o presidente da Comissão, Ricardo Silva (PDT), tudo parecida transcorrer normalmente. Até que um grupo de integrantes do Movimento Passe Livre Ribeirão Preto (MPLRP) reclamou das respostas, que considerou evasivas. Outros integrantes se levantaram e tentaram perguntar, o que não é permitido. Mas entregaram um documento sugerindo ações da CPI. Mas o clima esquentou mesmo depois das participações dos governistas Samuel Zanferdini (PMDB) e de Genivaldo Gomes (PSD). Com os questionamentos praticamente esgotados, Genivaldo não fez perguntas. Se limitou a elogiar e agradecer a presença do superintendente na Transerp, William Latuf, na Comissão. Quando ele começou a elogiar, os representantes do MPLRP começaram a rir debochadamente. Ele pediu que quem começou a rir se levantasse. Um deles, que não se identificou, levantou-se e pediu desculpas. Mas a discussão permaneceu ainda por alguns minutos, com o vereador indignado com a posição do manifestante da plateia. Ricardo Silva entrou na discussão e explicou que a CPI está levantando dados e investigando. E que as respostas serão confrontadas com documentos entregues. Os ânimos se acalmaram, mas nova pequena discussão ocorreu já depois de encerrada a sessão. E olha que esta foi apenas a primeira reunião com depoente. ESTOU CERTOGenivaldo Gomes não se abalou. Depois de a reunião encerrada, disse que sua participação foi correta, porque as perguntas foram respondidas e que a Administração Municipal está tomando as medidas necessárias. “Nosso objetivo é fazer o contrato ser cumprido. E estamos fazendo isso”, disse. Não é bem assim. O objeto da CPI é investigar eventual quebra de contrato em função de atrasos em seu cumprimento. Quem insiste em reafirmar isto é outro governista: Walter Gomes, que até insistiu em perguntar se há compromissos fora do prazo. “Atrasos são compromisso fora do prazo”, teve que ouvir de Latuf. LADO EMPRESARIALGenivaldo também disse ter ficado satisfeito com as respostas e que entende o lado das empresas, que tiveram ônibus incendiados e enfrentaram greve de funcionários de dez dias em junho. Alguns pontos: quem se aventura a empreender está sujeito a lucros e prejuízos; os ônibus incendiados deveriam estar segurados; ninguém obrigou as empresas a disputarem a concorrência do transporte coletivo. Por último, os contribuintes aprenderam a pensar que os vereadores, como representantes, pensam no bem estar da população, dos usuários do transporte, não no lucro ou prejuízo das empresas. PRESSÃO OBJETIVACom a instalação da CPI, o consórcio vencedor da licitação e responsável pelo Transporte Coletivo já sanou duas pendências consideradas importantes. Pagou o que devia à Transerp desde junho e instalou os pontos de recarga de cartão previstos em contrato. Para Ricardo Silva o cumprimento foi fruto da pressão da CPI. Latuf concordou que sim, mas não desmereceu o trabalho da Transerp. “Nossas ações e a pressão da CPI”, apontou. HOMENAGEM AO BRIGAGÃOOs vereadores de Ribeirão Preto votam na sessão desta terça-feira (3), um projeto de decreto legislativo da Mesa da Câmara, que concede título de cidadão ribeirão-pretano ao jornalista Antônio Gilson Balzacchi Brigagão. Apesar do nome pomposo, que se parece com os de bispos, o misto de jornalista, ator e diretor de teatro (agora mais isso que aquilo), atende pelo singelo nome de Gilson Filho. E toca com competência a Ong Ribeirão em Cena, responsável por espetáculos e ensinamentos teatrais. CURRÍCULO INVEJÁVELO próprio Gilson filho deve ter ficado surpreso com a extensão do currículo anexado ao projeto, como justificativa. São várias páginas. Mesmo quem conhece o moço de longe imagina que ele tenha tantos serviços prestados. Mas sabe, claro, que é merecedor da homenagem. A apresentação da proposta é do vereador Bertinho Sacndiuzzi (PSDB), mas assinada pela grande maioria dos vereadores e foi antecedida por uma “campanha” no Facebook. Então tem aprovação. Pelo menos virtual. MÉRITOEm tempo: Gilson Filho também já ganhou da Câmara um título da O Título de Ordem do Mérito Jornalístico, por iniciativa do ex-vereador Professor Lages, lá pelos idos de 2004. Não se sabe se recebeu a homenagem.