Brasileiros participam de torneio de luta medieval

Quem pensa que a esgrima é o único esporte praticado nos dias de hoje que remete a época medieval esta muito enganado. Dois campineiros embarcaram nesta sexta-feira (20) para Buenos Aires, na Argentina, onde se unirão com outros quatro atletas brasileiros para representarem o Brasil no primeiro Campeonato Sul-Americano de Jogos Medievais. Os jogos acontecerão até segunda-feira (23).   Os brasileiros irão concorrer em duas categorias, em duelos e na categoria de luta coletiva conhecida como buhurt onde ate 21 atletas (de cada lado) se enfrentam em uma arena. Alem da equipe do Brasil, participam do campeonato equipes do Chile e da Argentina, pais sede dos jogos.   Como é O esporte é um tipo de luta com espadas, escudos e que também utiliza golpes para vencer o oponente. Cada encaixe de golpe conta pontos. Todos os golpes devem obedecer os movimentos praticados durante a época e, claro, os praticantes devem estar vestidos a caráter, ou seja, com armaduras. Apesar de parecer violento, não existe nocaute neste tipo de esporte.   "São usadas armas e armaduras da Idade Média. Elas devem ter o mesmo peso e serem confeccionadas com o mesmo material utilizado no passado. As técnicas aplicadas também devem ser fieis as que eram ensinadas e praticadas na época. Alem de esgrima, com espadas e escudos", afirmou o praticante da arte Fernando Zerbinatti.   Treinamento Os dois irmãos mais novos de Fernando embarcaram para a Argentina para representar o Brasil. "Eles treinaram há meses para esta competição. Mas a nossa dificuldade sempre foi a roupa, ou seja, a armadura. E muito difícil de ser confeccionada e para participar dos campeonatos e preciso usar porque faz parte do esporte" . Cada armadura completa custa cerca de R$ 6 mil e é vendida na Europa. "A Argentina é o país da América do Sul que mais tem experiência e já participou do mundial. Eles estão bastante preparados e nos emprestaram a armadura para participar o Sul-Americano. Para eles enfrentar nossa equipe serve como treinamento para o mundial que irão participar, em Praga, neste ano", explicou.   Origem Apesar de pouco conhecido e difundida no pais, os praticantes deste tipo de arte medieval afirmam que está crescendo o número de brasileiros interessados nesse tipo de competição. Ela surgiu em 2009 quando grupos de países do Leste Europeu (Bielo Rússia, UcrÂnia, Rússia e Polônia) que se organizaram em clubes e promoveram um campeonato local.   "Regras foram criadas e o esporte começou a ser difundido por outros países da Europa. Em 2010 teve o primeiro campeonato mundial chamado de Battle of the Nations. Com isso o esporte ganhou repercussão mundial e ate em países fora da Europa, como Estados Unidos, México, Austrália, entre outros", explica Zerbinatti.   João Paulo Zerbinatti, de 20 anos, é estudante de jornalismo e conheceu o esporte pelo intermédio dos irmãos, que sempre pesquisaram sobre cultura medieval, e se apaixonou. Ele vai representar o Brasil, na categoria Duelos, que é a luta um contra um e que utiliza diversos tipos de armas em três rounds de 1 minuto e meio.   Experiência   Ele acredita que sera uma grande experiência para um dia participar do mundial. "De primeiro as pessoas confundem o esporte com aqueles que gostam vestir roupa da época. Mas não, nos lutamos de verdade. E claro que ninguém vai matar ninguém, mas os golpes são fortes e e preciso estar preparado e ter a armadura correta para aguentar as batidas", explicou.   João afirmou que no campeonato, além das armaduras, todo o ambiente onde as lutas acontecem são reproduzidas. "Junto ao campeonato é promovida uma feira com artigos e comidas da época. É muito legal". O outro irmão que vai lutar na batalha é o empresário Franco Zerbinatti, de 29 anos. "Nos moramos em um sitio em Sousas e treinamos muito. O João, por ter mais tempo, conseguiu treinar durante mais tempo e esta bem preparado. Acredito que ele se dará bem no duelo" . Mais informações Battle of the Nations e Medieval Combat.