CARLO CARCANI

Brasil x Brasil do presente

Carlo Carcani
30/06/2013 às 00:01.
Atualizado em 25/04/2022 às 10:32

Chegou o dia de o mundo do futebol admirar o tão esperado confronto entre Brasil e Espanha. O cenário é perfeito: a melhor seleção do momento enfrenta a seleção que mais ganhou Copas no Maracanã. Em jogo, o título da Copa das Confederações.

Evidente que não há comparação entre esse torneio de preparação e uma Copa do Mundo, mas ainda assim a taça é muito cobiçada pelos dois lados. Para a Fúria, é o único título que lhe falta. Para a Seleção Canarinho, ganhar sempre é uma obrigação. Em casa, então, a cobrança é ainda maior.

O Brasil evoluiu muito durante o período de treinos para a Copa das Confederações. Depois de ficar anos sem vencer um adversário de respeito sequer, voltou a ser competitivo. Chega à final da Copa das Confederações com quatro vitórias em quatro jogos e, embalado por 70 mil torcedores, está longe de ser uma zebra. Uma vitória brasileira neste domingo não poderá ser encarada como uma surpresa.

O favoritismo, porém, é da Espanha. No sábado, o atacante Fernando Torres deu uma declaração que explica de onde vem essa vantagem teórica: “Nós somos o Brasil do presente. Temos mais a perder do que eles, pois somos o rival a ser batido. Queremos seguir ganhando para manter esta sequência.”

Parece petulante, eu sei, mas Torres tem razão. A Espanha de hoje é o que o Brasil quase sempre foi: o mais admirado, o mais vencedor, o time a ser batido.

A expectativa pelo duelo desta noite é enorme porque será o primeiro entre essa fantástica geração espanhola e a Seleção Brasileira. Muito bom que o time tenha evoluído e chegue confiante à final porque se essa partida tivesse acontecido há dois meses, a Espanha teria passado por cima com relativa facilidade.

Neste domingo, não terá moleza. Além de confiante, o Brasil está incomodado pela (merecida) badalação da imprensa em cima da Espanha. Isso ficou claro em declarações de Scolari, Marcelo e Dani Alves.

O treinador fez questão de destacar a posse de bola que o Brasil teve contra o Uruguai, só para cutucar aqueles que enaltecem uma das maiores virtudes da Roja.

Marcelo, ainda no início do torneio, se irritou com perguntas sobre como seria uma final entre Brasil e Espanha. E Dani Alves foi ainda mais enfático, ao afirmar que não trocaria nenhum jogador do Brasil por algum espanhol.

Neste domingo, porém, o duelo não será de palavras. Essa turma terá que mostrar dentro de campo quem é melhor. As armas da Espanha são poderosas: passe impecável, experiência, confiança, entrosamento incomum e qualidade extraordinária, inclusive entre aqueles que ficam no banco. O talento natural do Brasil será capaz de derrubar o “Brasil do presente”?

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