O time de Zé Roberto quebrou uma série de 18 jogos das norte-americanas sem ser derrotada na competição
A renovada Seleção Brasileira feminina de vôlei conseguiu driblar a força tática dos Estados Unidos para vencer a terceira partida da primeira fase do Grand Prix, que aconteceu entre sexta-feira (2) e domingo (4), na Arena Amil, em Campinas, e assim, encerrou a participação nesta etapa da competição invicta. A vitória por 3 sets a 1, com parciais de 17/25, 25/23, 25/18 e 25/20, fez com que o Brasil mantivesse a performance das últimas finais olímpicas, derrotando o time norte americano.O técnico José Roberto Guimarães manteve a equipe titular da partida anterior com Fernanda Garay, Monique, Gabi, Juciely, Dani Lins, Adenízia e a líbero Camila Brait. Como nos dois primeiros jogos, contra a Polônia, na sexta, e a Rússia, no sábado (3), o Brasil teve dificuldades para acertar os ataques e as defesas e perdeu o primeiro set. A principal reclamação de Guimarães foi a falta de concentração naquele momento.A reação brasileira começou no segundo set. Embora as equipes tenham alternado a pontuação na maior parte do tempo, o Brasil ganhou altura na rede, com a entrada da capitã Fabiana, e abriu vantagem com bloqueios eficientes, juntamente com Garay.Sheilla, Fabíola e Michelle também entraram em quadra e participaram de boas jogadas. Mas foram as ponteiras Gabi e Fernanda Garay que comandaram o ataque do Brasil, com 14 pontos cada. A meia de rede Juciely marcou outros 12 pontos na partida.Na opinião de Guimarães, a performance do primeiro set precisa ser melhorada. “O time está demorando a entrar no jogo e isso é um risco muito grande. Temos que acertar isso e pensar na fase final, onde precisaremos ter um elenco preparado para aguentar cinco jogos seguidos”, enfatizou.No quarto set, a animação da torcida, que lotou as arquibancadas, fez diferença no desempenho das jogadoras, na opinião da novata Gabriela, 19 anos, que considerou o jogo difícil taticamente. “O vôlei é um jogo de erros e, mesmo diante deles, eu tento manter a tranquilidade. Esta partida me deu uma bagagem grande”, disse. Para Fabiana, a maior lição dos jogos em Campinas foi a superação dos momentos difíceis.GÊMEASA partida contra a atual campeã do Grand Prix foi também a primeira oportunidade que as gêmeas idênticas Michelle e Monique puderam estar em quadra juntas pela Seleção.“As duas são extremamente educadas e concentradas. Elas se integraram muito bem à equipe e estão aproveitando esta primeira chance na Seleção Brasileira. Não são jogadoras muito altas, mas são habilidosas e tecnicamente boas”, declarou José Roberto Guimarães.O técnico contou ainda uma curiosidade: para identificar cada uma delas, precisa olhar para o tênis ou para as mãos — Monique casou-se recentemente e usa aliança na mão esquerda.ELOGIOSApós o jogo, José Roberto Guimarães disse que as atuações de Gabi, Fabiana e Sheilla no jogo deste domingo foram as mais surpreendentes. “A expectativa era grande sobre a Gabi, para ver como ela ia sentir o jogo contra um dos melhores times do mundo e ela me surpreendeu de forma positiva. Errou no início, mas começou a tocar mais as bolas, a virar os ataques e relaxou. Já a entrada da Fabiana me surpreendeu porque ela ainda não está na sua melhor forma, assim como a Sheilla, e ambas foram muito bem. Elas nos ajudaram nesta vitória”, disse.A equipe brasileira agora embarca para a Porto Rico, onde, no próximo final de semana, acontece a segunda etapa do Grand Prix. As adversárias serão República Dominicana, Bulgária e Porto Rico. E o Brasil não terá a levantadora Fabíola, que pediu dispensa por questões familiares. Claudinha, do Vôlei Amil, entra no lugar dela.TORCIDACantando do início ao fim e empurrando o time para a vitória, a torcida campineira ganhou elogios das jogadoras. “O apoio da torcida foi fundamental para o Brasil virar o jogo”, contou Gabriela.No outro jogo do dia, já com presença menor dos torcedores, a Rússia venceu a Polônia por 3 sets a 2 (25/21, 22/25, 29/27, 28-30, 15-13). Um apagão no ginásio interrompeu o jogo por dez minutos, mas nada que atrapalhasse a continuidade da partida.