ESTADOS UNIDOS

Brasil pede explicações sobre espionagem do FMI pelos EUA

A Agência de Segurança Nacional americana estendeu ao FMI e ao Banco Mundial sua espionagem

France Press
correiopontocom@rac.com.br
14/11/2013 às 07:47.
Atualizado em 26/04/2022 às 12:40

O Brasil convocou na quarta-feira (13) uma reunião informal dos Estados-membros do Fundo Monetário Internacional (FMI) para receber explicações sobre as suspeitas de espionagem da instituição por parte dos Estados Unidos, disse à AFP o representante do país no Fundo. "Uma reunião aconteceu a meu pedido (...) Quero explicações", declarou Paulo Nogueira Batista, representante do Brasil e de mais dez países no conselho de administração do FMI. Ele não divulgou o conteúdo da conversa, alegando a obrigação de confidencialidade inerente ao cargo. O encontro foi o primeiro sinal público da irritação do Fundo com as informações de que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) americana estendeu ao FMI e ao Banco Mundial seus esforços maciços de espionagem. Ambas as instituições têm suas sedes em Washington. De acordo com notícias divulgadas em diferentes veículos da imprensa no mês passado, citando autoridades americanas que pediram para não ser identificadas, o presidente Barack Obama determinou à NSA que pusesse um fim à vigilância eletrônica às duas instituições financeiras globais. A Casa Branca não confirmou oficialmente ter espionado essas organizações. Paulo Nogueira Batista explicou que, como diretor-executivo pelo Brasil no FMI, ele tem o direito de convocar uma reunião não programada da diretoria. "Cada administrador (representante de um país) tem o direito de pedir uma reunião do conselho de administração", afirmou. Um dos alvos da NSA, o Brasil protestou formalmente com o governo americano contra o monitoramento dos e-mails da presidente Dilma Rousseff e de outras autoridades brasileiras. Além disso, a visita de Estado que Dilma faria aos EUA em outubro também foi cancelada. O brasileiro disse que a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, não participou da reunião. Tanto o Fundo quanto o Banco Mundial se recusaram a comentar o assunto oficialmente. "Estamos a par das matérias nos jornais e não temos qualquer comentário a fazer nesse momento", disse uma porta-voz do FMI à AFP nesta quarta. Ao ser questionada sobre a espionagem americana ao Fundo, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki, disse apenas que o governo está revendo suas atividades ao redor do mundo para determinar a "postura adequada", incluindo como os EUA se relacionam com seus aliados e parceiros. "Claro que, como parte desse esforço, estamos fazendo consultas aos países ao redor do mundo, incluindo o Brasil. E nosso objetivo é, claro, não apenas aliviar suas preocupações, mas fortalecer nossa relação de coleta de dados de inteligência, avançando", completou Jen. As práticas de espionagem da NSA provocaram uma série de polêmicas diplomáticas, principalmente após as revelações sobre um suposto grampo ao celular da chanceler alemã, Angela Merkel. No final de agosto, a ONU anunciou que pediria explicações aos Estados Unidos sobre as revelações da revista alemã "Der Spiegel", segundo as quais a NSA havia grampeado seu sistema interno de videoconferência. Veja também EUA querem tirar NSA do comando do ciberespaço Proposta lançada pela Casa Branca pode ajudar a atenuar os temores com uma agência de Inteligência todo-poderosa Chefes de agências britânicas negam espionagem em massa Eles acusam o ex-consultor americano Edward Snowden de fazer o jogo da Al-Qaeda Kerry admite tensão com Alemanha e EUA O governo alemão está examinando a possibilidade de ouvir em Moscou o americano Edward Snowden Deputados alemães desejam ouvir Snowden em Moscou Ministro alemão, Peter Friedrich, disse que iria estudar a possibilidade de uma audiência em Moscou Apple divulga 1ª lista dos pedidos do governo dos EUA Governo americano autorizou a divulgação de apenas parte das informações solicitadas à companhia  

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