O adversário será a Sérvia, que disputará a final pela primeira vez, em confronto em Auckland, na Nova Zelândia
Um time que tinha tudo para dar errado entrará em campo na madrugada deste sábado (às 2 horas, horário de Brasília) para lutar pelo sexto título do Brasil na história do Mundial Sub-20. O adversário será a Sérvia, que disputará a final pela primeira vez, em confronto em Auckland, na Nova Zelândia. Os brasileiros já foram campeões mundiais da categoria em 1983, 1985, 1993, 2003 e 2011. A lista de convocados para o Mundial foi feita por Alexandre Gallo, que a CBF mandou embora dois dias antes de o grupo se apresentar em Atibaia para dar início aos treinos. Rogério Micale, do Atlético-MG, foi contratado para trabalhar com os jogadores que já estavam relacionados - não era mais possível mudar os nomes enviados à Fifa. Coube a ele apenas fazer os cortes que deixaram o grupo com 23 atletas.O tempo para trabalhar era escasso, mas mesmo assim Micale se arriscou a fazer uma mudança no estilo de jogo da equipe - que vinha de um quarto lugar no Sul-Americano disputado no Uruguai. Ele abriu mão de jogadores pesados no ataque e montou um time leve que aposta na técnica e na velocidade. E a aposta foi bem-sucedida.“Os jogadores estão mostrando que o futebol brasileiro merece respeito e que tem muita qualidade”, disse Micale. “Não adicionei muita coisa, apenas propus um conceito de jogo que foi abraçado pelo grupo.”Embora tenha jogadores com poder de fogo, a seleção também vem se destacando pela solidez defensiva. O time sofreu apenas três gols na competição, e o último foi aos oito minutos do primeiro tempo da vitória de virada sobre a Hungria por 2 a 1 na segunda rodada da primeira fase. De lá para cá já se passaram 502 minutos sem o goleiro Jean buscar a bola no fundo da rede - incluindo a prorrogação contra Uruguai e Portugal, respectivamente nas oitavas e quartas de final.“O trabalho dos atacantes e meias na marcação tem sido muito bom. O combate começa lá na frente, com todo mundo se empenhando para tentar roubar a bola, e isso facilita para o pessoal da nossa defesa”, afirmou Micale.A Sérvia, que foi semifinalista no último Europeu da categoria, não se considera zebra na final por ter pela frente um país que já foi campeão mundial cinco vezes. “Viemos para a Nova Zelândia acreditando no título, e agora estamos a apenas um jogo de atingir nossa meta. Sabemos da força do Brasil, mas numa final em uma partida tudo pode acontecer”, disse o goleiro Rajkovic.Em sua trajetória na competição a equipe perdeu para o Uruguai na estreia por 1 a 0, ganhou de Mali e México por 2 a 0, fez 2 a 1 na Hungria, empatou por 0 a 0 com os Estados Unidos (ganhou nos pênaltis) e fez 2 a 1 em Mali na semifinal. O Brasil fez 4 a 2 na Nigéria, 2 a 1 na Hungria, 3 a 0 na Coreia do Norte, empatou sem gols com Uruguai e Portugal e goleou Senegal por 5 a 0.