TRAJETÓRIA

Branco ainda tira lições dos tempos de Seleção

O técnico do Guarani disse que não precisa ser um craque para vestir a camisa canarinho, mas saber o que ela representa

Henrique Nunes
05/02/2013 às 20:51.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:36

É bem provável que, pouco antes de começar o amistoso da Seleção Brasileira diante da Inglaterra, às 17h30 desta quarta-feira (06/02), no lendário estádio de Wembley, Branco ainda tenha dúvidas sobre a formação que irá mandar a campo na partida do Guarani, duas horas mais tarde, diante do São Caetano — confronto fundamental para a equipe se recuperar no Paulista.

Mas o técnico, cuja missão no clube campineiro admite ser difícil, ainda tira lições preciosas das partidas do Brasil, camisa que vestiu durante 12 anos e faturou uma Copa do Mundo. Branco deve muito à Seleção e também fez muito por ela. Dos tempos de jogador, criou a estrutura para se aventurar como técnico e diz que assumir o Bugre na atual situação é tão desafiador quanto irrecusável. “É preciso ter espírito de Seleção Brasileira. Não precisa ser um craque, apenas saber o que está representando. Tem que entender o espírito do futebol, deu para entender?”.

Branco mesmo se faz entender: “A parte emocional conta muito no futebol. Demorei para entender isso e é preciso tempo para que esses jogadores que formam a base do Brasil estejam preparados se continuarem a jogar juntos por mais tempo”, argumenta.

E é justamente essa a missão que o hoje técnico e ex-jogador Branco tenta vencer desde quando assinava pelo nome de Claudio Ibraim Vaz Leal e começaria a carreira, por ironia, no Guarany de Bagé (RS). Foi na cidade onde nasceu que deu seus primeiros toques na bola até ser descoberto pelo Internacional, em 1980, para dois anos mais tarde se firmar na lateral-esquerda no Fluminense de Paulo Vítor, Ricardo Gomes e Romerito, clube em que foi tricampeão carioca entre 1983 e 1985, além de campeão brasileiro em 1984. Do Rio de Janeiro, seguiu para a Itália (Brescia e Genoa), Portugal (Porto) e, enfim, chegaria à Seleção. A partir dali, todas as camisas de clube que vestiria ficariam em segundo plano. “Jogar na Seleção mudou o rumo da minha carreira. Era um sonho que tinha. E não queria sair mais”.

ONTEM E HOJE

Foram mais de 70 partidas (os números são conflitantes) e a consagração veio já no fim do percurso: aos 30 anos, marcou o histórico gol da vitória por 3 a 2 diante da Holanda nas quartas-de-final da Copa de 1994 - de falta, cavada por ele mesmo aos 36' do segundo tempo, cobrada de esquerda, a mais de 50m de distância do goleiro Ed de Goeij. “Eu estava na reserva na Copa, ganhei a vaga com a expulsão de Leonardo e entrei consciente de que podia ajudar o Brasil”, disse Branco, na época da partida. Hoje, em 30 partidas como treinador – duas delas pelo Guarani – ainda está longe da nova consagração. Mas sem perder o otimismo. “Gosto de desafios difíceis”.

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