Direção alega implantação de reformulação no clube; Crispim admite surpresa, mas aceita decisão
Depois de um ano e dois meses, José Mário Crispim não é mais o gerente de futebol do Botafogo. A decisão foi tomada pela diretoria do clube, que se reuniu com o profissional na noite desta terça-feira (2) para informar sobre sua saída.
“Estamos querendo implantar uma reestruturação na categoria profissional e inicialmente deixaremos a gerência do futebol com o cargo vago. Queremos preparar 2014 de uma maneira diferente”, afirmou o presidente do Tricolor, Gustavo Assed Ferreira.
Crispim não esconde que ficou surpreso com a atitude tomada pela direção. “O presidente me chamou e disse que por problemas financeiros teve que me liberar e essa é a grande dificuldade no segundo semestre. Por isso não teria como me manter”, afirmou o agora ex-gerente, que é aguardado para comparecer no estádio Santa Cruz na tarde desta quarta-feira (3) para acertar os detalhes finais do desligamento.
Assed Ferreira admite que o dinheiro foi um dos motivos para o “enxugamento” no departamento de futebol. Por outro lado, garante que a decisão teve apoio principalmente em questões técnicas. “A parte estratégica foi a que pesou mais nesse momento. O Zé Mário fez um ótimo trabalho no Botafogo, somos muito gratos a ele, mas o futebol é assim mesmo”, disse o presidente. O Pantera só deverá ir atrás de outro gerente de futebol a partir de setembro.
Crispim atuou como jogador nas categorias de base do Botafogo na década de 70 e agora concluiu sua terceira passagem fora das quatro linhas no clube. Entre base e profissional, ele já havia trabalhado como técnico de 92 a 99, depois de 2001 a 2004 e havia retornado ao clube como gerente desde maio de 2012. “O Botafogo não está com as melhores condições financeiras, mas tem condições de recuperar e vou ficar torcendo. Agradeço muito ao Botafogo, onde já fui e já voltei, mas sei que tenho as portas abertas para voltar outro dia”, disse Crispim, que conquistou o acesso na Série C do Brasileiro de 1996 como treinador de um time de garotos do Botafogo.
O ex-gerente quer agora aproveitar os próximos dias para descansar, mas também está aberto a novos convites de outros clubes. “Quero atuar como um coordenador como hoje é o Parreira na Seleção, que também auxilia na parte técnica ou até mesmo ser auxiliar técnico.”
Mudança na base
A reformulação proposta pelo Botafogo também atingiu a base. O cargo de gerente de futebol dessa categoria também está vago, já que o ex-jogador, Juninho Fonseca, deixou essa função para assumir o posto de técnico do time sub-14 e ele ainda auxiliará na integração das categorias de base com o Botafogo Academy e as escolas oficiais.
O clube confirma que apenas José Mário Crispim foi dispensado e mais ninguém deverá sair. “Os cargos de gerentes ficarão vagos por enquanto, mas vamos buscar co-responsáveis para trabalhar conosco porque ninguém decide as coisas sozinhas no Botafogo”, disse o presidente.