Vítima perseguiu criminoso que acabava de tentar roubo e foi atingido após troca de tiros
Muro ficou com as marcas de tiros disparados contra o bombeiro (Alenita Ramirez/AAN)
Um bombeiro de folga foi baleado na coxa direita e de raspão na cabeça na manhã de ontem, ao perseguir um bandido que tinha tentado assaltar um casal no Cidade Universitária, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas. O bandido fugiu sem levar nada. A vítima, A.A., de 46 anos, foi socorrida por um segurança do bairro ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e não corre risco de morte.
A tentativa de assalto foi por volta das 7h30na Rua Antônio Hossri. Um casal estava em frente de casa quando foi abordado por um bandido a pé e armado. O criminoso apontou a arma para um engenheiro de 54 anos, mas a mulher dele se assustou e gritou por socorro. Segundo a polícia, o bandido então desistiu do roubo e correu a pé pela Rua Manoel Gomes.
As vítimas acionaram a segurança do bairro, mas no momento que o ladrão virava a Rua Doutor Alfredo Antônio Martinelli, deu de frente com o bombeiro, que viu o suspeito com a arma na mão. O bombeiro então parou o carro em que estava e mandou o bandido parar, momento que o fugitivo apontou a arma e atirou. O bombeiro estava com um revólver calibre 38 e revidou. “Não temos informação se o bandido foi baleado”, comentou o delegado do 7º Distrito Policial (DP), Cássio Vita Biazolli.
Ao menos dois tiros acertaram o muro de uma casa na rua. A arma do bombeiro foi apreendida para perícia. No local foram apreendidos dois fragmentos de projetil. Até a tarde de ontem, o criminoso ainda não tinha sido identificado. Segundo moradores, este é o terceiro caso com vítima baleada no bairro em um ano. Em fevereiro do ano passado, um arquiteto de 58 anos foi baleado no tórax ao reagir a um assalto, a duas ruas de onde ocorreu a troca de tiros ontem. O arquiteto ficou paraplégico.
Em outra situação, uma vítima também foi baleada ao reagir a uma abordagem. “Estamos reféns dos bandidos. Temos muito medo”, comentou uma doméstica que não quis ser identificada. Segundo ela, no ano passado, seu patrão também foi vítima de roubo. Os bandidos o renderam pouco antes de ela chegar para trabalhar. “Ele rezou muito para que eu não chegasse e encontrasse com os criminosos”, contou.
Segundo moradores, os ataques pelo bairro ocorrem sempre entre 6h40 e 8h, horário este em que, segundo eles, há pouco policiamento em razão da troca de turno. A reportagem procurou representantes da Polícia Militar, por telefone e por e-mail, mas até o fechamento dessa reportagem não houve retorno.