Cachorro ganhou destaque após Prefeitura querer recolhê-lo; mas taxistas ganharam posse na Justiça
Bob foi proibido de ficar em praça após reclamações de pedestres, mas Justiça autorizou a permanência ( Cedoc/RAC)
O cão Bob, que ficou conhecido nacionalmente após ser adotado por taxistas do Largo Santa Cruz, em Campinas, morreu no último final de semana. Ele tinha um câncer no tórax e não resistiu ao tratamento. O cachorro se tornou um símbolo de cão comunitário na cidade e vivia no Rio de Janeiro desde o ano passado.Bob ganhou um bloco de Carnaval com seu nome, que deverá fazer uma homenagem no próximo ano. Uma estátua em tamanho real, feita de cimento, será colocada na praça onde o animal viveu por mais de uma década.O taxista Ricardo Nilton Roberto, de 53 anos, trabalha há dez na praça onde o mascote cresceu. “Todo mundo aqui conhecia o Bob. Ele mudou a rotina de todos. Marcou a história dos taxistas daqui. Eu acompanhava a vida dele no Rio de Janeiro pela internet. Quando soube da morte eu fiz uma homenagem para ele nas redes sociais”, contou o taxista Eduardo Floriano, de 39 anos.“Ele lutava contra o câncer e fazia quimioterapia, mas não resistiu. Bob cumpriu uma enorme missão aqui na Terra. Com sua história de luta chamou atenção do Brasil para os direitos dos animais e inspirou muitos a olharem com mais carinho para os animais de rua. É o símbolo da luta do cão comunitário”, disse César Rocha, idealizador e fundador do Bloco do Bob — ele garantiu que o grupo não vai acabar.Na internet, o casal que cuidava do cão desde 2009 lamentou a morte e escreveu uma homenagem ao cão. “Bob, nunca esqueceremos a amizade verdadeira e o carinho que você nos proporcionou. Fique bem onde quer que esteja e saiba que você estará sempre presente em nossas lembranças.”Saiba mais A história de Bob ganhou repercussão nacional em 2009, quando a Secretaria de Saúde solicitou que o cão fosse removido da praça após reclamações de pedestres. A possibilidade de o cão deixar o local gerou revolta na maioria da população local e nos taxistas, que cuidavam de Bob desde quando ele apareceu no largo, ainda filhote. O cão ficava durante todo o dia na praça e à noite dormia na casa de um dos taxistas. A União Protetora dos Animais conseguiu na Justiça a permanência dele na praça.