A Bloomberg reúne uma agência de notícias e um serviço de prestação de informações financeiras
O diretor da agência de notícias Bloomberg News pediu desculpas nesta segunda-feira depois de admitir que seus jornalistas tiveram acesso a dados dos clientes dos terminais de informações do mercado financeiro do grupo.
"Nossos jornalistas não poderiam ter tido acesso a dados considerados particulares. Este erro é indesculpável", declarou Matthew Winkler em uma carta aberta postada no site da agência.
A Bloomberg reúne uma agência de notícias e um serviço de prestação de informações financeiras, que concorre com a Thomson Reuters nos bancos e mercados.
O grupo havia anunciado na sexta-feira o bloqueio do acesso de seus jornalistas a esses dados, após queixas de alguns clientes, incluindo os bancos Goldman Sachs e JPMorgan Chase, que suspeitam que os repórteres utilizaram esse acesso para espionar a atividade de alguns de seus funcionários.
Essas revelações acirraram os ânimos em Wall Street e incitaram o Federal Reserve a abrir uma investigação.
"Estamos analisando esta situação e estamos em contato com a Bloomberg para ter mais informações", indicou o porta-voz do Fed.
O Tesouro americano, que também é cliente da agência, "analisa o caso", segundo uma fonte próxima ao caso.
"Cobramos transparência dos outros, por isso também devemos exigir de nós mesmos", afirmou Winkler, citando o manual de boas práticas dos jornalistas da agência.
Em sua carta, o diretor da agência detalhou os dados aos quais os jornalistas puderam ter acesso: "Eles podiam ver o histórico de um cliente e quando ele foi criado, estatísticas sobre as funcionalidades utilizadas, mas sem ter acesso a dados específicos de segurança".
Ele reiterou que "nenhum jornalista teve acesso aos dados sobre as carteiras de corretagem", às mensagens trocadas a partir dos terminais da Bloomberg e a outros dados confidenciais.
Ele ressaltou que as queixas recentes dos clientes sobre este acesso "são quase tão antigas quanto a Bloomberg News."