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Blogs de viagem: Confiar ou não

Alguns leitores me pedem opinião sobre confiar ou não nas dicas e reportagens publicadas em blogs de turismo. Seria antiprofissional eu apontar em qual blog o leitor deve confiar e qual nem deveria passar perto. Porém, para responder de uma forma respeitosa tanto para os blogueiros quanto para os leitores, eu diria que essa decisão funciona exatamente igual ao que fazemos em relação a um veículo de comunicação.

Eduardo Gregori
gregori@rac.com.br
12/04/2015 às 00:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 17:18

Eduardo Gregori ( Leandro Ferreira/ AAN)

Foto: Leandro Ferreira/ AAN Eduardo Gregori Alguns leitores me pedem opinião sobre confiar ou não nas dicas e reportagens publicadas em blogs de turismo. Seria antiprofissional eu apontar em qual blog o leitor deve confiar e qual nem deveria passar perto. Porém, para responder de uma forma respeitosa tanto para os blogueiros quanto para os leitores, eu diria que essa decisão funciona exatamente igual ao que fazemos em relação a um veículo de comunicação. Exemplo: Eu assisto a um telejornal específico porque acredito em sua credibilidade. Se não confio no jornal de outra emissora, simplesmente ignoro. Antes de tudo, porém, é bom separar joio do trigo. Nem todo blogueiro é jornalista diplomado e nem todo jornalista diplomado tem blog. Isso não desmerece quem mantém um blog sem ter um diploma de comunicação social, mas as ferramentas de um jornalista, além de sua isenção profissional, são indícios de credibilidade. Os principais sinais de um blog que não deve ser levado a sério, é aquele recheado de adjetivos. Normalmente, blogueiros que estão começando, adulam destinos, hotéis e companhias aéreas para viajar de graça. Um blog bacana e confiável é aquele que descreve o lugar sem carregar demais na tinta e dá dicas interessantes, fruto da experiência do autor. Vale também o oposto: falar muito mal e de uma maneira pejorativa, pode indicar uma frustração do blogueiro sobre o destino, muitas vezes por não ter conseguido um convite para conhecer de perto o alvo de seu post. É bom se ligar também nos blogs com posts apáticos e que ficam no superficial, muito no descritivo. Normalmente, esse tipo de post é fruto de pesquisas no Google e cópias disfarçadas de de blogs confiáveis. E isso acontece com bastante frequência, como me relataram duas grandes amigas, as jornalistas Sylvia Barreto, autora do Viajar É simples e Raphaella Aretakis, do Rapha No Mundo. Elas me contam que muitos de seus textos foram parar em outros blogs, com palavras suprimidas ou trocadas e pior, sem nenhuma referência aos seus trabalhos. Fácil, não? Eu definiria um blog como confiável, aquele que se isenta da obrigação de só falar bem do destino, só falar o que o hotel que convidou manda dizer. A credibilidade só se conquista com a verdade. Não adianta babar o ovo de um lugar que não é legal pois quando o leitor ver de perto vai sacar que caiu em uma cilada por culpa do autor e leitor enganado é leitor perdido para sempre. E se o hotel, a companhia aérea, ou o destino não me chamarem mais só porque não usei os adjetivos que gostariam que eu utilizasse em minhas reportagens, é porque não são profissionais e se não o são, não serão também com o leitor que poderia estar enviando para eles. Prefiro a consciência limpa do que perder um leitor por uma viagem gratuita. Se não sou convidado e quero ir, é simples: pago minha passagem e vou.A dica é encontrar um blog que não seja nem 8 nem 80. Além disso, coloque o nome do autor no Google. A ferramenta revela muita coisa e pode dar uma ideia. Boa leitura e boa viagem!

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