Coluna Bate-Bola de 31/8/10 Reação inteligente Impaciente com os erros de arbitragem neste Campeonato Brasileiro, a torcida do Guarani perdeu o que lhe restava de paciência com os homens do apito depois que Arilson Bispo da Anunciação deixou de dar o pênalti de Marcelo Lomba em Mazola, domingo. Marcar falta ao invés de pênalti, num lance como esse, até que é um erro compreensível porque a jogada foi muito rápida e o atacante bugrino foi derrubado logo na entrada da área. O auxiliar deveria ter visto, mas o pior de tudo mesmo foi o fato de Arilson não ter expulsado o goleiro do Flamengo, que era o último homem e derrubou um adversário que arrancava em direção ao gol. A reação dos torcedores do Guarani foi curiosa e inteligente. Ao invés de arremessar objetos no gramado ou gritar frases de incitação à violência, a torcida optou por um desconcertante coro de “vergonha, vergonha”. Pressão psicológica Não dá para saber o que passou pela cabeça do árbitro baiano, mas tive a impressão de que o comportamento da torcida bugrina o deixou emocionalmente equilibrado. Uma coisa é ficar sabendo no vestiário que cometeu um erro. Outra é ver o estádio gritando vergonha e imaginar a repercussão que isso terá na mídia e na cúpula da comissão de arbitragem. A pressão psicológica fez resultado e na primeira oportunidade Arilson marcou um pênalti para o Bugre, num lance em que Ricardo Xavier cometeu falta em Galhardo. A frase “Com Ronaldinho Gaúcho e Pato, somos um dos ataques mais fortes da Europa.” De Ibrahimovic, ex-Inter e Barça, sobre seus novos companheiros de Milan. Objetivo alcançado Tecnicamente, a decisão de Arilson Bispo da Anunciação foi um desastre. Compensar um erro com outro só piora a avaliação de sua péssima arbitragem. Mas do ponto de vista do Guarani, a pressão sobre a arbitragem deu resultado. Sem prejudicar o clube com ações violentas, a torcida colaborou para que a arbitragem tentasse compensar sua falha grotesca. Mancini O comportamento de Vágner Mancini também foi correto. No intervalo, ele conversou com o árbitro educadamente, sem se exaltar, o que, convenhamos, também seria um erro aceitável. Equilibrado, Mancini não se excedeu, não aumentou o prejuízo de seu clube e possivelmente colaborou para que a pressão da torcida fizesse um efeito maior sobre o juiz baiano. Virada Por ironia do destino, Ricardo Xavier perdeu o pênalti que ele mesmo cavou. Àquela altura da partida, a vitória do Flamengo parecia certa. Os cariocas dominaram o segundo tempo, perderam oportunidades de definir a partida e, numa atitude pouco inteligente, começaram a gastar o tempo com cera. O Fla deveria gastar o tempo explorando seu bom toque de bola, trocando passes para cansar e desanimar o adversário. Mas seus jogadores preferiram fazer cera exagerada, aumentando o período de acréscimo após os 45 minutos. Um erro que custou caro. Em três minutos, o Bugre fez dois gols e comemorou uma das viradas mais emocionantes de sua história no Campeonato Brasileiro. Volta ao G4 A derrota em Juazeiro do Norte, onde o Icasa tem excelente aproveitamento, tirou a Ponte Preta do G4 da Série B. Foi um resultado normal e pelo qual a Macaca não precisa se lamentar, já que vinha de seis vitórias seguidas. Hoje, porém, é dia de vencer o Brasiliense e esperar um deslize de pelo menos um dos três adversários (Bahia, América-MG e Coritiba) que estão imediatamente a sua frente. A diferença entre o 2º e o 8º colocado é de apenas três pontos e quem derrapar nessa turma corre o risco de descer alguns degraus na tabela. Kieza na Macaca O atacante Kieza, do Cruzeiro, deve ser o próximo reforço da Ponte Preta. Revelado no Fluminense, ele pertence ao time de Belo Horizonte, pelo qual disputou apenas um jogo no Brasileirão. No Campeonato Mineiro, atuou em quatro partidas e marcou dois gols. Em julho, foi submetido a uma cirurgia de hérnia inguinal, mas já vinha treinando normalmente na Toca da Raposa. Fora dos planos do técnico Cuca, deve ser emprestado à Macaca até o final do ano. Bom reforço para Jorginho. Números 17 PÊNALTIS foram perdidos em 33 cobranças no futebol brasileiro após o fim da paradinha. 51 GOLS DE FALTA tem Rogério Ceni na carreira depois do que marcou contra o Fluminense, no Maracanã. 15 GOLS foram marcados na 1ª rodada do Campeonato Italiano, média de 1,5 por jogo. 22 GOLS foram marcados na 1ª rodada do Campeonato Espanhol, média de 2,2 por jogo.