Jogo Rápido

Bate-Bola

19/11/2013 às 16:55.
Atualizado em 24/04/2022 às 21:50

Coluna Bate-Bola de 6/8/10 Somos ridículos Na semana passada li uma notícia sobre a seleção da Coreia do Norte. Pelo fracasso na Copa, os jogadores levaram um bronca de seis horas do presidente Kim-Jong-il, no Palácio do Governo, diante de 400 pessoas. O treinador Kim Jong-Hun, além do interminável sermão, foi punido com trabalhos braçais. Não sei se é atenuante ou agravante, mas é uma tradição norte-coreana que atletas que fracassam em competições internacionais sejam punidos com trabalhos forçados. É o tipo de coisa que a gente lê e não sabe se ri ou se chora, de tão ridículo, de tão ignorante. E ao mesmo tempo imaginamos que esse tipo de aberração só acontece em países dominados por ditadores malucos como Kim-Jong-il. Mas parei um minuto e olhei para o nosso umbigo, como se fosse um estrangeiro. Como se aqui fosse a Coreia do Norte. E concluí que muitas vezes somos ridículos e ignorantes. O apito final Notem o que acontece quando um árbitro apita o final de um jogo no Brasil. Pode ter sido um 0 a 0 sem nenhum lance polêmico, na maior paz. Mesmo assim, policiais entram correndo no gramado para proteger o trio de arbitragem. Por que a sociedade precisa perder o trabalho de PMs para que os caras caminhem 30m até o vestiário? Será que o clube mandante não consegue oferecer segurança ao juiz? Ou será que existe o risco do segurança ou de um cartola agredir o árbitro? É assim que fazemos nossos campeonatos? São assim que agem os representantes de nossos clubes? A frase “É o dia mais feliz da minha vida. Vou lutar como eles lutaram dentro do campo para segurar esses atletas.”  De Luiz Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do Santos, prometendo fazer o possível para manter Robinho, Neymar e Ganso na Vila. Somos cegos O assunto parece bobo, não é? Afinal, é tão natural que policiais cerquem o juiz, essa figura que, desde pequenos, aprendemos que é ladrão, deve ser xingado e precisa apanhar quando nosso time não ganha. Nossa sociedade acha que juiz existe pra apanhar. Daí a achar que o torcedor do outro time também tem que apanhar é um passo muito curto. Caminhamos com velocidade espantosa nessa área. Brigas entre torcedores do mesmo clube já são comuns. E até em deficientes visuais nos permitimos bater. Alguns, felizmente, ainda ficam indignados. Outros aplaudem. A polícia e o clube fingem que não enxergam. Varrem o problema para debaixo do tapete e limpam as mãos. Essa é outra característica marcante de nossos clubes. São cegos. As consequências Ser permissivo com a violência é um grave erro, que provoca danos ao futebol e à sociedade. Vejam o que aconteceu no Flamengo. Quando Adriano foi fotografado com uma arma, disse que era um brinquedo. O Flamengo fingiu que acreditou. Vagner Love foi a uma festa de traficantes, desfilou ao lado de criminosos armados até os dentes e o Flamengo também achou normal. Daí veio o caso Bruno. E o País ficou estarrecido. Somos engraçados, nós, brasileiros. Ignoramos problemas, aceitamos exageros e depois ficamos chocados com a mais do que previsível consequência daquilo que estimulamos.  Humilhação Achamos graça se um técnico norte-coreano tem que fazer trabalho forçado porque deu vexame na Copa. É ridículo. A campanha deles foi quase igual à da França, oras. Mas e por aqui, como tratamos nossos derrotados? Ronaldo disse que Felipe Melo não deveria passar as férias no Brasil. Que país é esse em que um jogador que perde para a vice-campeã mundial não pode descansar em sua terra, perto de amigos e familiares? O que será que Ronaldo acha que faríamos com Felipe Melo aqui nesta nação tão estranha? O que será que faríamos com Felipe Melo? Poderíamos humilhá-lo, como fez Kim-Jong-il com a seleção da Coreia do Norte? Zico Recentemente, Zico deu entrevistas a diversos veículos de comunicação. Suas palavras servem como estímulo para quem não acha graça em nada do que estamos tão acostumados a fazer. Zico falou sobre a importância de impor limites às grandes estrelas e de orientar os atletas da categoria de base. Não basta treinar. É preciso preparar essa garotada para conviver com a fama. Prepará-los para a vida e para assumir responsabilidades. Zico fala como se não fosse um brasileiro. E por isso já enfrenta tanta resistência no Flamengo. Números 8 TIMES Tem o Brasil na Copa Sul-Americana. É o país com maior número de participantes. 4 TÍTULOS Da Copa do Brasil têm Cruzeiro e Grêmio, os maiores campeões do torneio. 69 PARTICIPANTES teve a Copa do Brasil de 2000. Foi a edição com maior número de times. 94 GOLS Já fez o atacante Robinho com a camisa do Santos Futebol Clube.

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