KLEVER KOLBERG

Bastidores do Rally dos Sertões

Planeta Esporte
01/08/2013 às 10:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 06:53

Sentado na cadeira elétricaEu comecei competindo em provas de enduro de regularidade com uma Yamaha DT 180. Nesta modalidade, minutos antes da largada recebemos uma planilha com as orientações do caminho. Como é de regularidade, o percurso é dividido em trechos e, para cada um, é estabelecida uma velocidade a ser mantida. Minha paixão era pela velocidade, então parti para o rali. Meu primeiro rali foi o Paris-Dakar 1988. Andar o mais rápido possível e, ao mesmo tempo, ler uma planilha não é tarefa fácil - e é muito perigosa. Basicamente, a técnica é preparar a planilha antes da largada e, durante a corrida, é preciso estar concentrado e ser preciso na escolha dos trechos em que o campo visual é maior para rapidamente ler e decorar algumas linhas. Além disso, é preciso ler outros indicadores, como o hodômetro e a bússola. Esta é a teoria. Na prática, muitas vezes, você está na poeira de outro concorrente, no chamado voo cego. Sem conseguir enxergar o que vem pela frente, não consegue atualizar as informações. É tenso. Em 1997, fiz minha primeira prova com carro, quando passei a dividir as responsabilidades com o navegador. Passei a me sentir mais seguro e confiante para acelerar ainda mais. Um dia resolvi experimentar a função de copiloto. Que medo, pavor, não é para qualquer um. Para ficar lendo as anotações com alguém do seu lado enfiando o pé no acelerador e fazendo as curvas no limite você, literalmente, precisa ter estômago forte. Compreendi o porquê do apelido dado ao banco do navegador: Ele senta e se amarra na "cadeira elétrica".

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