Barreira no chão causa polêmica no futebol

Não é a primeira vez que um jogador se deita atrás da barreira para tentar impedir o gol adversário no momento de uma falta próxima da área. Mas o inusitado lance se repetiu terça-feira (6), no Majestoso, com o atacante Rossi durante o jogo da Ponte Preta com o Paraná, e continua rendendo polêmica. Para uns, é normal porque a distância regulamentar de 9,15 metros foi respeitada. Para outros, o árbitro pode considerar atitude antidesportiva, aplicar cartão amarelo e até dar falta em dois lances.Em três casos semelhantes, os juízes consideraram legal. Em julho do ano passado, pela Série B, na derrota do Figueirense para o Palmeiras por 3 a 2, o time catarinense colocou Ricardinho para impedir a cobrança de falta de Valdivia por baixo e deu certo. Em 26 de março deste ano, o Sport teve falta contra no clássico com o Santa Cruz, pelo Pernambucano, e o técnico Eduardo Batista mandou um jogador ficar deitado atrás da barreira. Também surtiu efeito. Na decisão do Paulistão, o Ituano usou o mesmo recurso contra o Santos.Na Ponte, a estratégia não deu certo porque o time tomou o gol por cima. Mas o técnico Dado Cavalcanti não se arrependeu. É que no ano passado, ele dirigia o Paraná quando Lúcio Flávio (o mesmo que fez o gol do empate terça e era seu jogador) marcou batendo falta por baixo de barreira. O lance decretou o empate por 2 a 2 com o América-MG.Sabendo disso, mandou Rossi cair no gramado. "Foi uma ordem do professor e eu não poderia dizer não. Foi meio estranho, nunca tinha visto nada igual. Mas se tiver que repetir, estarei ali para ajudar com toda vontade. Não sei se vai virar moda, mas que é estranho, isso é. Já me chamaram de minhoca, jacaré e outras coisas", contou o atacante, em tom de brincadeira.Para o goleiro Roberto, nada de anormal. "Já vi gol por baixo da barreira e, quando estou em campo, quero ganhar. Não importa se é feio ou bonito. O juiz não marcou nada, então, foi normal",afirmou.Especialistas em arbitragem deram opiniões divergentes. O ex-árbitro Alfredo dos Santos Loebeling considera legal. "Como barreira não existe na regra, o árbitro não pode fazer nada", expressou. "Não tem nada que proíbe. E se a regra não proíbe, não tem problema", opinou Arnaldo Cezar Coelho, comentarista da Rede Globo. O jogador não pode jogar deitado, segundo Carlos Donizete Pianosqui, do Safesp (Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo). "Se ele se deita em campo e não participa da jogada, acho uma atitude antidesportiva passível de punição", disse.SEM MEMÓRIAFernando Bob saiu no intervalo do jogo com o Paraná por causa de um choque com um adversário aos 29'. Mesmo o jogador afirmando que estava tudo bem, os médicos constataram que ele teve um apagão temporário de memória. "Não me lembro de nada e ainda não vi o lance. Só sei que estão me zoando", comentou Bob, que chegou a dizer que o jogo era contra o Flamengo e o próximo seria com o Grêmio.LIBERADOO lateral-esquerdo Bryan, que foi titular da Portuguesa durante o Paulistão, será apresentado, nesta quinta-feira (8), pela Ponte. Isso quer dizer que ele teve seus documentados regularizados e poderá entrar em campo, sábado (10), diante do ABC. ENCERRADOCom a chegada do zagueiro Gilvan, que foi campeão paranaense pelo Londrina, a Macaca deve encerrar o ciclo de contratações. Pelo menos até a parada para a Copa do Mundo, em junho. Até aqui, 13 jogadores vieram para compor o elenco.