Bar do Jackson: Só sossego e alegria

Conheço o boteco mais velho do Taquaral desde 1956, quando tinha apenas dez anos. Eram tempos de carrinho de rolimã: a gente descia a Rua Lopes Trovão (uma das maiores ladeiras da cidade) e freava antes de bater na sarjeta do Balão da Vila Isa. Uma aventura e tanto. E na praça tinha um campinho de futebol onde a gente sonhava ser Pitico, Ciasca ou Brunhinho. Depois da bola, a gente ia tomar leite com groselha no Bar do Dito. Depois vieram outros donos, as moças Isa e Lola (grandes feijoadas), o Frank, o Aldemir (que alimentava e chamava os passarinhos batendo numa panela de alumínio na praça) e o Márcio. Jackson Ceravolo comprou o pedaço em setembro de 1997 e está lá até hoje. Faz parte da família da Abelha Gulosa que, agora, também tem filiais no De Mall e Vila Bela. É do ramo, portanto. É difícil dizer qual o quitute mais gostoso do pedaço. Tem lanche de pernil, costela especial (sem gordura e servida com mandioca e vinagrete), língua, moela, costeleta de tambaqui, torresmo de traíra, bolinho de bacalhau, sassami (aquele fiapo de peito de frango empanado), torresmo e uma fantástica sardinha espalmada, meu prato preferido. Tem vários violões na casa e quem quiser pode tirar seu próprio som. Já dei algumas canjas por ali, como também o Marcílio Menezes e Zé da Paraíba, grandes músicos das noites campineiras. E lá também tocam, às sextas-feiras, os músicos regionais Carlos Carranca e Marcelo Muzam, ambos elegantemente afinados e de ótimo repertório. A paisagem do balão da Vila Isa combina com a emoção dos amigos que por lá aportam com suas namoradas e companheiras. O canto é sossegado como convém a quem busca um pouco de sossego e alegria. O som ambiente é de bom gosto e a cerveja trinca de gelada. Mas não esqueçam de provar a sardinha espalmada. Sem dúvida nenhuma, é a melhor da cidade. E o Jackson tem uma simpatia fora do comum, sempre atento e generoso no atendimento. Visite.