Comer & Beber

Banquete regado a brejas

Trio campineiro une expertises e aposta num projeto despretensiosamente bacana para divulgar cervejas, pratos e boa música em eventos para até 30 pessoas

Érica Araium
erica.nogueira@rac.com.br
23/04/2015 às 16:03.
Atualizado em 27/04/2022 às 12:38

William Lopes, Carolina Medeiros e Vinicius Colacioppo, do Pupunha - Música e Gastronomia (FOTOS: ALLAN NUCCI/DIVULGAÇÃO)

Carolina Medeiros (cozinheira), William Lopes (DJ) e Vinicius Colacioppo (beer sommelier) fazem parte de uma geração empreendedora e gourmet, no sentido preciso do termo. Perceberam que havia um nicho de mercado a explorar na região e... bingo. Ano passado, o trio campineiro decidiu unir as paixões individuais em prol do Pupunha - Música e Gastronomia, um projeto despretensioso que vem rendendo boas histórias e partilhas. A partir do próximo sábado (25), a iniciativa se desdobra em empreitada briosa: um beer tour organizado por Colacioppo por cervejarias artesanais da região. "A ideia é profissionalizar o turismo cervejeiro. A primeira edição acontece agora e a ideia é torná-la periódica, bimestral", sintetiza. Antes de seguir adiante e explicar a proposta, voltemos ao link entre os colegas e o conceito do Pupunha. O trio se conheceu 12 anos atrás. Carolina e Colacioppo se formaram em hotelaria pelo Senac de Águas de São Pedro. Lopes, marido de Carol, tornou-se gestor ambiental. "Profissionalmente, seguimos em diferentes áreas. No ano passado, abdiquei de quase tudo (ela também atua, de forma autônoma, na área de publicidade e propaganda) para me dedicar à gastronomia. Unimos nossos hobbies com a intenção de atender a um público que pretende viver uma experiência gastronômica de fato", resume Carolina. Ela aprendeu a cozinhar com o pai, hoje uma espécie de mentor; trabalhou em restaurantes na adolescência e, de forma autodidata, foi talhando o perfil cozinheiro até especializar-se em confeitaria. É "o cara" do trio, a idealizadora da proposta. Foto: Allan Nucci/Divulgação William Lopes, Carolina Medeiros e Vinicius Colacioppo, do Pupunha - Música e Gastronomia O primeiro evento gastronômico rolou em formato "secreto", num apartamento de um amigo. Espécie de soft open para a empreitada. Vieram outros testes e a formatação do plano de negócio. Desde março, o trio oferta jantares harmonizados temáticos embalados por boa música no restaurante do Cambuí Residence Hotel, para grupos de até 30 pessoas. "O bacana é ver pessoas que não se conheciam aproveitando um banquete, que costuma durar até três horas, de maneira diferente, divertida, cultural. Há quem tenha ido a primeira vez, se encantado e recomendado a outros seis", comemora Carolina. Na estreia do Pupunha, em março, foram honrados o cancioneiro e os pratos favoritos de Vinicius de Moraes. No início de abril, o cinema e a cozinha franceses inspiraram o encontro. "Temos um calendário fechado até novembro para eventos mensais. Também já estamos atendendo a clientes que, espontaneamente, têm nos procurado para eventos na região", situa Colacioppo. Boa comida, pouca firula A ideia de receber pequenos grupos em espaços diferentes e oferecer programas exclusivos a clientes interessados em boa comida, num esquema low profile, tem se avolumado. O canal pago TLC, por exemplo, veicula desde março uma série culinária apresentada por Steven Page, vocalista e guitarrista da banda The Barenaked Ladies, sobre esses espaços não-convencionais que pipocam mundo afora. Em São Paulo, a chef Bel Coelho foi uma das primeiras a dar start a projetos assemelhados no extinto Dui - o projeto Clandestino segue noutro endereço. Fechado para Jantar, de Raphael Desperite (Marcel), também vai bem, obrigado. E há outros ene exemplos em terra brasilis. Foto: Allan Nucci/Divulgação Boeuf Bourguignon "Isso de acolher as pessoas em ambientes inusitados nos apetece. Atingimos clientes de universos distintos, tanto os que gostam de gastronomia e cerveja, são gourmets e, portanto, mais exigentes, quanto os que buscam um novo tipo de entretenimento. Quem não compreende a lógica da harmonização não se sente acuado nem constrangido. Não há barreiras, nem aquela sofisticação e dress code de alguns restaurantes. A sensação de ver um cliente satisfeito porque algo que provou o remeteu a lembranças pessoais é um presente", avalia Carol. Sobre as brejas "Quem me apresentou a primeira Duvel (cerveja belga, do estilo belgian golden strong ale) foi a Carol, quatro anos atrás. Daí me encantei e passei a degustar e estudar cervejas por conta própria. Minha atividade principal é numa empresa que presta serviços de TI para o segmento. Num dado momento, pensei que deveria fazer um curso de beer sommelier pela Science of Beer, no Brejas, e passei a atuar também nessa área", resume Colacioppo. Foto: Allan Nucci/Divulgação Ratatouille A ideia do tour por microcervejarias da região surgiu de um insight óbvio - afinal, ao mesmo tempo em que evolui o número de apreciadores de brejas e de micro e nanocervejarias, cresce o mercado dedicado à venda de rótulos artesanais. "Fato é que poucas pessoas sabem que temos excelentes cervejarias artesanais no Brasil e que algumas estão superpróximas. Foi aí que pensei em criar roteiros de visitação e torná-los periódicos. Não queria me restringir à avaliação sensorial, mas fomentar a cultura cervejeira. Já tinha contato com alguns mestres cervejeiros e o próximo passo seria colocar as ideias em prática", pontua. Natural de Sorocaba, Colacioppo já tinha apreço pela Burgman e pela Happy Brew, ambas da mesma cidade. Lembrou-se, ainda, da Blondine (Itupeva) e estabeleceu o primeiro tour, para 40 pessoas, a bordo de um ônibus, com guia credenciado pelo Ministério do Turismo. O passeio inclui welcome coffee, degustações, orientações de mestres cervejeiros como Alexandre Sigolo, da Burgman, almoço harmonizado, música e brindes temáticos. A essa altura do campeonato, é bem provável que os ingressos para a atividade tenham se esgotado. Se ficou curioso, as fanpages do BeerTour Campinas e da Pupunha - Música e Gastronomia estão ativas no Facebook. Para saber mais, acesse. "Para a segunda edição, penso em incluir cervejarias artesanais de Serra Negra, Holambra e Mogi Mirim", adianta Colacioppo.  

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