AMBIENTAL

Banco de alimentos quer zerar desperdício na cozinha

Programa incentiva consumo de cascas, folhas e talos preparados de forma criativa

Sheila Vieira
17/05/2017 às 23:50.
Atualizado em 22/04/2022 às 19:24

O cozinheiro Matusalém Paracelso desenvolveu mais de 30 receitas e dará cursos de aproveitamento integral dos alimentos: mais saúde com consumo de fibras e nutrientes descartados (Leandro Torres/AAN)

A solidariedade alimenta. Todas as vezes que alguém participa de um evento público promovido pelas secretarias de Esporte e Lazer, de Cultura e, ainda, de Desenvolvimento Econômico, Social e Turismo, e doa um quilo de alimento à organização, essa arrecadação é encaminhada ao Banco Municipal de Alimentos. Outras fontes para o estoque da instituição, de acordo com a coordenadora Bruna Saleh de Angelis, são redes de supermercados, multinacionais, ações de trote solidário, atividades na Casa do Lago da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e produtores via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério da Agricultura. O Banco de Alimentos é um dos principais braços do município no combate à fome e ao desperdício na cidade. Atua como programa da Prefeitura vinculado às políticas de abastecimento e segurança alimentar e de assistência social. É considerado um modelo no Brasil nessa área. Este mês o banco, que é uma instituição pública, completou 14 anos de operação. Fruto da parceria entre a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, e a Centrais de Abastecimento (Ceasa) Campinas, é responsável por abastecer 119 entidades cadastradas na Secretaria de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, que atendem 27 mil pessoas. Até o mês de abril 343 toneladas foram arrecadadas e distribuídas. “Os alimentos recebidos são pesados, selecionados e avaliados por um nutricionista. Tranquilidade para quem doa e garantia de qualidade para quem consome”, afirma a coordenadora do Banco de Alimentos. Pelo menos 25% das entidades cadastradas na pasta municipal da Cidadania e Assistência dependem integralmente do banco para fornecer de 5 a 6 refeições diárias aos assistidos, informa a assessora da secretaria, Raquel Aline Mazzia Batista. São pessoas em situação de risco social. Entidades que funcionam como lar para idosos, crianças, pessoas com HIV, dependentes químicos e em tratamento de câncer são prioridade. Bruna conta que, entre as atribuições do Banco de Alimentos estão as ações educativas, por exemplo, cursos, palestras e visitas técnicas às entidades. São muitas frentes de trabalho da instituição, com destaque para a alimentação saudável e o combate ao desperdício, normas sanitárias e o aproveitamento integral dos alimentos. Com a renovação do convênio entre o banco e a Secretaria de Cidadania, o projeto-piloto de desenvolvimento de receitas com aproveitamento integral dos alimentos, a partir dos conhecimentos culinários do experiente cozinheiro Matusalém Paracelso, 59 anos, funcionário da secretaria de Cidadania e Assistência, será expandido para a capacitação de cozinheiras de entidades e pessoas da comunidade. A abobrinha, por exemplo, é composta por 94% de água e muitos nutrientes estão concentrados na casca, razão mais que suficiente para seu consumo. Outra proposta é que 10 cozinheiras de entidades visitadas pelas nutricionistas do banco indiquem três receitas que utilizem integralmente os alimentos. As melhores serão publicadas em um livro. A maioria pratos doces, entretanto, combinações interessantes salgadas também estão sendo apresentadas nas oficinas-pilotos.

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