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Bancada religiosa

A bancada religiosa da Câmara de Campinas vai aumentar ainda mais na próxima legislatura

Bruno Bacchetti
14/10/2016 às 22:48.
Atualizado em 22/04/2022 às 21:57

A bancada religiosa da Câmara de Campinas vai aumentar ainda mais na próxima legislatura. Com a entrada de dois novos integrantes ao grupo — Fernando Mendes (PRB), da Igreja Universal e Filipe Marchesi (PR), da Igreja Batista —, chega a nove o número de parlamentares ligados à Igreja, quase um terço do Legislativo campineiro. O crescimento da bancada religiosa deve manter pautas conservadoras na Casa, como a que proíbe a discussão da ideologia de gênero nas escolas municipais. Marcando terreno Além do reforço dos dois novos integrantes, os atuais vereadores da bancada religiosa reforçam o vínculo com as suas respectivas igrejas. Nas redes sociais, exibem vídeos e fotos nas missas ou cultos e deixam mensagens religiosas. Em seus gabinetes, constam bíblias e imagens de santos. Os parlamentares devem continuar a defender propostas alinhadas com os pensamentos das igrejas e a causar polêmica com os vereadores progressistas. a frase "É muito difícil projetar o que vai acontecer em 20 anos. Se for aprovada pelo Congresso pela forma como está, vai se transformar na PEC contra os pobres." - Da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), sobre a Proposta de Emenda à Constituição que estabelece um teto para os gastos públicos. Disputa ideológica Na legislatura atual, os vereadores da bancada religiosa travaram discussões contra parlamentares que tentaram emplacar projetos que vão contra a ideologia das igrejas e propuseram medidas consideradas conservadoras. Chip da besta Uma delas é o projeto que proíbe a implantação de chips em seres humanos, que está em tramitação na Casa. A proposta está relacionada a uma profecia bíblica que prevê o fim do mundo, na qual a implantação do chip seria a marca da besta, citada no livro bíblico de Apocalipse. Nesta semana, a Procuradoria-Geral de Justiça pediu a suspensão de lei semelhante existente em Santa Bárbara d’Oeste. De volta Cassada no ano passado por acusação de compra de votos na eleição de 2012, a ex-vereadora de Paulínia Simeia Zanon (PROS) vai voltar ao cargo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acolheu o recurso de Siméia, que aguarda a notificação da Justiça para recuperar sua cadeira. Eles não A ex-vereadora foi acusada de promover encontros com eleitores, ao lado do ex-prefeito Edson Moura Júnior (PMDB) e do ex-vice Francisco Bonavita (PTB), e entregar dinheiro em troca do voto. Moura Júnior e Bonavita também recorreram, mas tiveram os recursos negados pelo TSE. Definições No quarto andar do Palácio dos Jequitibás continuam as conversas sobre as trocas no governo do prefeito Jonas Donizette (PSB) para os próximos quatro anos de mandato. Além de acomodar os aliados e ampliar a participação de legendas que fizeram parte do projeto de reeleição, o grupo político do peessebista tenta não causar nenhuma rusga em antigos aliados. Segundo O segundo mandato sempre é visto como mais complicado para os prefeitos e ninguém quer perder apoio, ainda mais se houver um projeto na política, como parece ser o caso de Jonas. Nos bastidores já se fala no nome dele como um dos cotados ao cargo de governador de São Paulo. ‘PEC do Mal’ A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) criticou a Proposta de Emenda à Constituição que estabelece o teto dos gastos públicos. Em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, ela chamou a medida de “PEC do Mal” e disse que a medida vai limitar os investimentos nas áreas sociais nos próximos 20 anos. Quando estava na Presidência ela defendia um ajuste fiscal, mas em outros moldes. Dilma voltou a dizer que o impeachment foi golpe e afirmou que se for decretada a prisão do ex-presidente Lula, ele será o “corolário do golpe”.

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