NO VERMELHO

Balanço registra prejuízo de mais de R$ 23 milhões

Com pouco menos de R$ 4 milhões de arrecadação, clube divulga contas de 2014 e vê déficit piorar

Carlos Rodrigues
30/04/2015 às 17:54.
Atualizado em 23/04/2022 às 15:09

O balanço financeiro do Guarani referente ao ano de 2014, divulgado, nesta quinta-feira (30), pelo clube por meio de seu site oficial, aponta um prejuízo de mais de R$ 23 milhões no período. As contas, que foram aprovadas com ressalvas na última segunda-feira (27) pelo Conselho Deliberativo, terão que ser analisadas em uma nova reunião já que o documento apresentado não recebeu parecer de uma auditoria independente, o que vai contra o que rege o artigo 46 da Lei Pelé.Durante o exercício de 2014, as receitas do Guarani contabilizaram apenas R$ 3.884.718,76, sendo que pouco mais de R$ 2 milhões foram obtidas com o futebol. Por outro lado, as despesas alcançaram a quantia de R$ 27.061.108,11, o que provoca um deficit total de R$ 23.176.389,95. “Isso tem que ser dividido em três situações”, explica Palmeron Mendes Filho, presidente do Conselho Fiscal do clube. A primeira é com relação ao investimento na base. O Guarani injetou na ordem de R$ 1,5 milhão. Ainda temos R$ 12 milhões de prejuízo que dizem respeito a juros e correção monetária sobre ações tributárias, cíveis e trabalhistas. Além disso, a receita mensal era de R$ 300 mil, enquanto se gastava R$ 900 mil”, completa.Para tentar diminuir um pouco esse rombo e evitar que o ano de 2015 termine com um deficit semelhante, o clube trabalha algumas alternativas. “O segredo é ter planejamento. A arrecadação caiu muito em 2014 porque o Brinco de Ouro estava interditado. Agora, com o estádio liberado, vai aumentar a receita com sócio-torcedor e bilheteria. Também já melhoramos o que tem sido arrecadado com patrocínio, mas o que fará a diferença definitiva é o acesso na Série C, que vai nos permitir ter direito às cotas da CBF”, destaca Palmeron.AUDITORIA O fato do clube não ter apresentado o balanço com o parecer de uma auditoria independente pode gerar consequências para o Guarani. Segundo a Lei Pelé, não cumprir este procedimento pode provocar a inelegibilidade dos responsáveis por cinco anos. O presidente do Conselho Fiscal explicou o motivo de isso não ter acontecido. “O Guarani vinha de um sistema de contabilização na antiga administração, mas quando houve a renúncia, não havia nada contabilizado. A auditoria está contratada, trabalhando e, num prazo de 30 dias vamos convocar uma nova assembleia para apresentar o laudo. Aí vamos apresentar uma justificativa para a CBF junto com esse laudo”, explica.O ex-presidente do clube Álvaro Negrão contestou as declarações de Palmeron. “A responsabilidade é toda da gestão atual. No tempo em que estive à frente do clube, nunca deixei de contratar auditoria. Nunca se organizou tanto o Guarani como na nossa gestão. Isso não passa de desculpa esfarrapada”, disse.

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