Trânsito de 117 mil veículos por dia e falta de semáforo para pedestres dificulta cruzamento de vias
Pessoas correm e esperam a hora de conseguir chegar ao outro lado da rua na região (Alessandro Rosman/ AAN )
Atravessar algumas das sete vias que se encontram em 12 cruzamentos no Balão do Castelo, em Campinas, é uma agonia e um calvário para os pedestres que circulam pelo bairro. Entre as ruas e avenidas que cruzam a região, estão algumas das mais movimentadas de Campinas, como a Andrade Neves e a Alberto Sarmento.
Passam pelo local, segundo cálculos da Empresa de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), 117 mil veículos por dia. Não há semáforos de pedestres e o desrespeito à faixa de segurança complica a vida de quem tem que se deslocar a pé pelo bairro.
Moradores da região e funcionários que trabalham em frente ao balão são unânimes em afirmar que a travessia de ruas e avenidas é um risco constante.
“Eu fico aqui o dia inteiro e posso afirmar, porque vejo, como o povo sofre para atravessar. Os carros não respeitam as faixas de pedestres. Entram na rua sem ligar a seta e em alta velocidade. As pessoas têm que correr para não serem atropeladas”, contou o segurança Samuel Rodrigues dos Santos.
Os maiores riscos de atropelamento estão na travessia da Avenida Francisco José de Camargo Andrade, que segue do Castelo até o Taquaral; na Avenida Alberto Sarmento, que liga o balão à Vila Teixeira, e na Rua Santo Antônio Claret, que leva ao Jardim Chapadão. Nesses locais, os pedestres contam apenas com a faixa de pedestres para atravessar e isso não tem se mostrado suficiente.
Quem sai da panificadora Nico e quer atravessar a Avenida Francisco José de Camargo Andrade tem que ter muita atenção para não ser atropelado. Os carros que vêm da Andrade Neves entram na avenida em uma velocidade que não permite atravessar a rua com calma. “Todo dia, a gente vê o pessoal penando para atravessar aqui. É muito carro e, muitas vezes, eles vêm em alta velocidade. Aqui em frente é muito complicado”, disse o balconista da Nico Anselmo dos Santos.
Quem segue a pé pela Andrade Neves em direção à Alberto Sarmento precisa atravessar antes a Rua Santo Antônio Claret. A situação ali é caótica. Há muitos veículos fazendo a conversão sem sinalizar com a seta e em alta velocidade. “É complicado e difícil atravessar aqui. Tem que correr porque os carros vêm como loucos, não ligam a seta e não respeitam a faixa de pedestres”, disse Valdir Cesar Filho, que trabalha em um comércio no bairro.
A diarista Maria de Lourdes Silva trabalha na Rua Alberto Sarmento e conta que pena para atravessar a rua em direção ao balão do Castelo. “É sempre complicado atravessar a Alberto Sarmento e a Santo Antônio Claret. É muito movimento e não tem semáforo para pedestre. E os motoristas não respeitam a faixa de pedestres”, reclamou.
Durante as duas horas em que esteve no local, a reportagem flagrou o calvário que os pedestres enfrentam para atravessar os cruzamentos. Em todas as vias que passam pelo balão há oito semáforos para os veículos e em uma travessia, da Avenida Andrade Neves, em direção à Escola de Cadetes, não há faixa de pedestre.
“Aqui tinha que ter uma faixa e um semáforo de pedestre. Quem vem pela avenida precisa atravessar e tem que tomar cuidado para não ser atropelado”, afirmou Ailton Lopes.