Autora de livro faz homenagem e mostra o que há de África no Brasil

Valorizar uma etnia, uma raça, é contribuir para reduzir a pó o racismo, pacífica e harmoniosamente. A angolana radicada no Brasil Dulce Braga, que abandonou aos 16 anos sua pátria por causa da guerra civil, acredita fervorosamente nessa filosofia. Tanto que, apesar de não ter voltado mais à terra onde nasceu — “não me sentia preparada até pouco tempo”, diz — , mantém inabalada a paixão por Angola e, principalmente, pelo continente africano. Por isso, depois de contar as dores, perdas e mazelas passadas por lá no livro Sabor de Maboque, ela decidiu fazer uma nova homenagem ao país e, mais do que isso, ao tanto que há de África no Brasil. O resultado é a obra infantil Ndapandula Mama África (Pontes, 32 págs., R$ 36,00), que será lançada neste sábado (23), às 15h30, na Livraria Cultura, com direito a contação de história e música com a sambista Ilcéi Mirian. Ndapandula significa “obrigado” em umbundo, língua banta falada pelos ovimbundos das montanhas centrais de Angola.“Vai ser uma apresentação de uma hora contando toda a história com trechos de sambas brasileiros que se relacionam com o está sendo lido. O livro fala para as crianças que o Brasil é um amálgama de muitas raças, culturas, porque Angola tem uma importância muito significativa para a religião, a etnia, a gastronomia, a música, a dança e a linguística no Brasil que, muitas vezes, as pessoas não sabem. É uma grande mistura. E o samba, que tem influência direta da África, vem para amarrar tudo isso”, adianta a autora.As crianças foram escolhidas como público-alvo de Dulce por um motivo especial também. “Eu acredito numa maneira diferente de combater o racismo, e levar isso para as crianças faz com que elas olhem de uma outra forma para o assunto quando forem adultas. É uma maneira simples de brincar e aprender a amar culturas diferentes.” Os textos de Ndapandula Mama África, predominantemente curtos, ganharam ainda ilustrações de Martha Clemente. No capítulo intitulado Histórias da Estória, é possível conferir o making ofdo trabalho de Martha. ExtraAlém disso, no final do livro, Dulce presenteia os leitores com quatro páginas de passatempos lúdicos: pintura das bandeiras de Angola, Brasil e Portugal; jogo dos sete erros; palavras cruzadas; e um labirinto em que um dos personagens procura a bisavó. Ou seja, como explica a autora, “o livro, além de contar histórias, acaba funcionando como um brinquedo também”.AGENDE-SE O quê: Lançamento do livro Ndapandula Mama África, de Dulce BragaQuando: Hoje, às 15h30Onde: Livraria Cultura (Shopping Iguatemi Campinas, Av. Iguatemi, 777, Vila Brandina, fone: 3751-4033)Quanto: Entrada franca