Atleta veterano de Valinhos passa o Dia dos Pais distante dos filhos para disputar mundial de natação na Coreia do Sul
Parentes reunidos, comemoração, almoço e muita alegria. A rotina foi repetida pela família Almeida no Dia dos Pais durante anos, mas desta vez é diferente. Márcio, o churrasqueiro oficial, não se encontra na casa, palco das festas, em Valinhos. Aos 60 anos, ele está na Coreia do Sul, a mais de 17 mil quilômetros de distância dos filhos, Leonardo e Felipe, para disputar o Campeonato Mundial Master de Esportes Aquáticos, em Gwangju. Hoje a celebração é diferente, à distância, tudo pelo objetivo de retornar ao Brasil com medalhas.“Sou muito ligado à minha família, então bate a saudade. O legal seria todo mundo estar junto, eles me assistindo pessoalmente, só que precisamos tomar algumas decisões na vida para satisfazer o gosto pessoal também. Vou me controlar, focar nas provas que começam amanhã, e falar com eles pelo telefone”, conta.Esta é a terceira edição da competição, que acontece a cada dois anos. Ao todo, Márcio disputará oito provas, sendo cinco individuais e outras três de revezamento. Após quebrar dois recordes sul-americanos e um brasileiro em junho, ele espera manter os bons tempos obtidos. “Eu entrei agora nesta categoria, sou o mais novo de idade. Minha expectativa é boa, só procuro não ficar muito ansioso por vencer, porque depende muito do estado físico e emocional. Se eu conseguir conquistar medalhas está de bom tamanho”, diz o atleta, que viajou ao lado da esposa, Glória. Engenheiro químico, Márcio sempre teve o sonho de ser nadador profissional, tendo inclusive representado o Guarani em sua juventude e sido vice-campeão paulista. Depois de optar pelos estudos, quis o destino que ele pudesse realizar o desejo de criança, já aos 40 anos. Na época, percebeu estava com uma postura ruim, um pouco sedentário, e decidiu voltar a nadar, mas não esperava competir. "Na academia viram que eu nadava bem e me falaram de um campeonato de master. Faz 20 anos que estou competindo novamente e isso nunca havia passado pela minha cabeça. Fico muito feliz, fiz um ciclo de amizade grande neste meio, viajei quase o Brasil todo por conta da natação", explica o atleta, que treina de segunda a sexta-feira, por uma hora e meia na piscina, além de fazer musculação duas vezes na semana. Filhos ficaram surpresos Quando contou para Leonardo e Felipe que iria para a Coreia do Sul competir, Márcio se deparou com a surpresa de seus filhos. “Me chamaram de maluco por ir tão longe nadar, só que ficaram contentes de eu e a mãe viajarmos. Me apoiaram e em nenhum momento se mostraram contrários”, relata.Aos 29 anos, Felipe Almeida vai passar o Dia dos Pais na casa da namorada, com o sogro. Ele, assim como o irmão, tentará assistir o Mundial pela internet ou televisão. “Será bem diferente, ainda mais com ele estando do outro lado do mundo. A natação é algo que meu pai ama e se dedica muito, então compensa e estaremos torcendo”, diz. Segundo Felipe, Márcio sempre foi um exemplo para toda a família e também para os amigos que frequentam a casa, e se surpreendem com a quantidade de medalhas. O filho mais novo, Leonardo Almeida, de 25 anos, destacou que no lar todos compartilham os sonhos e conquistas, então a alegria de ver o pai fazendo o que gosta é grande. “Sempre senti muito orgulho dele. Às vezes, quando me dou conta, estou contando para meus amigos sobre as vitórias do meu pai na natação.”