O jovem Fernando Gouveia, residente na Aclimação em São Paulo, protagonizou uma cena de horror ao atirar na equipe que iria abordá-lo para uma avaliação e internação psiquiátrica, no dia 18 deste mês. Outra pessoa também foi ferida, considerada como amiga, que estava em sua companhia no momento da ação. A mãe do rapaz é quem havia solicitado a interdição do filho ao alegar que ele padece de esquizofrenia.Esta doença mental é grave, principalmente se ela for do tipo paranóide, em que alucinações e delírios persecutórios levam o enfermo a acreditar que é perseguido. Neste caso, o crime é um sintoma da doença, pois ele reage a uma fantasia que o coloca imaginariamente em situação de perigo. Para se defender ele pode ferir e até matar. Normalmente o doente mental não é uma pessoa perigosa.O alienado mentalmente é agressivo, em geral, quando já manifesta sinais de hostilidade fora das crises. É importante que não se tenha medo de uma pessoa apenas porque ela é doente mental, visto que, a grande maioria não oferece nenhum perigo à segurança alheia.Com os psicotrópicos – cada vez mais eficazes atualmente – o episódio psicótico ou surto, como também é conhecido, é mais controlado e deixa o paciente em condições de levar uma vida produtiva e de inter-relacionamento adequado.A crise pode acontecer, basicamente, quando o medicamento ou a sua dosagem não está apropriado.O uso de bebida alcoólica ou de outras drogas também pode interferir no aparecimento do episódio psicótico agudo.A grande maioria dos doentes mentais, quando amados e cuidados por seus familiares, não necessita de internação psiquiátrica. Apenas em situações extremas, em que o doente coloca em risco a sua própria vida e a de outras pessoas, é que se justifica tal medida de contenção.