ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Ataques marcam último debate de Campinas

Temas que serviram de base para os ataques entre os candidatos foram colocados em pauta nesta sexta-feira

Milene Moreto
milene@rac.com.br
27/10/2012 às 00:10.
Atualizado em 26/04/2022 às 19:21

Todos os temas que serviram de base para os ataques entre os candidatos a prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB) e Marcio Pochmann (PT,) na campanha do segundo turno, foram colocados em pauta nesta sexta-feira (27) no último debate antes desta eleição realizado pela EPTV.

O confronto final foi marcado por tensão entre os concorrentes que se alfinetaram desde o primeiro bloco. Pochmann lançou inicialmente a polêmica dos pedágios e da lei que prevê o trabalho de crianças em feiras livres a partir dos sete anos de idade elaborada por Jonas quando o pessebista era vereador.

Jonas colocou na berlinda a credibilidade do PT no Município depois da cassação do prefeito do Partido dos Trabalhadores, Demétrio Vilagra, por envolvimento em um esquema de corrupção que veio à tona no ano passado.

No primeiro início do debate, os candidatos escolheram o tema para fazer perguntas entre si. Os principais assuntos estavam relacionados com as áreas mais sensíveis do Município, como Segurança Pública, Transporte, Saúde e Educação.

Pochmann iniciou os ataques questionando Jonas sobre a política do sistema prisional no Estado. O governado do Estado de São Paulo está nas mãos do PSDB que hoje é aliado do pessebista e integra a chapa majoritária com o candidato a vice-prefeito, o tucano Henrique Magalhães Teixeira. Jonas respondeu que tem uma proposta para o fortalecimento da Guarda Municipal e disse que desconhece qualquer construção de presídios pelo Estado em Campinas.

Na réplica, Pochmann afirmou que vai lutar contra a instalação dos presídios e aproveitou para lançar o tema dos pedágios. "Vamos lutar contra a instalação de presídios. Quero fazer uma frente a isso. Quero fazer um grande esforço para não ter mais pedágios nem presídios em Campinas", afirmou.

Jonas também partiu para o ataque e questionou Pochmann sobre a unificação da Secretaria de Cultura com a Pasta de Esportes. "O Plano Nacional de Cultura prevê o repasse de verbas para municípios que tenham uma secretaria exclusiva para a Cultura. Nós vamos perder os investimentos?", disse Jonas. Mais adiante, o pessebista também questionou se o petista não estaria planejamento a unificação das pastas para indicar o ex-secretário de Cultura, Valter Pomar, que esteve à frente da área durante a gestão de Izalene Tiene (PT), para comandar o setor no seu governo.

Na sequência, Pochmann questionou Jonas sobre o projeto de lei que prevê o trabalho de crianças acima de sete anos em feiras livres na cidade e tocou novamente na política dos radares. Jonas revidou: "Esse é o feitio do PT. Em duas perguntas lançou dois ataques. Eu tenho aqui documentos de uma cooperativa de táxis onde a Artesp diz que não haverá cobrança de pedágio urbano. Isso é coisa que o PT inventa. Eu me preocupo com as crianças. Todas elas devem estar na escola. Ensino profissionalizante para os nossos jovens", disse o pessebista.

Ao longo do debate, Pochmann voltou a tema e seu rival novamente revidou. "Essa lei é de 97. Eles foram vasculhar a minha vida para ver se descobriam alguma coisa. Isso era um dossiê dos aloprados. Fomos a Justiça. No meu governo a criança vai estar na escola, no projeto núcleo da Esperança que nós temos, com cultura e educação", afirmou Jonas.

infantil

Jonas atribuiu a série de ataques ao nervosismo de Pochmann. O petista negou que estivesse nervoso e disse que isso era uma "invenção do seu concorrente" . O pessebista preferiu deferir críticas a seu rival no que diz respeito ao envolvimento de integrantes do PT em escândalos de corrupção. "O partido deu um mau exemplo, teve um prefeito cassado. O PT fala em ética mas não pratica. Meu adversário representa o projeto antigo, o núcleo da Izalene, do Demétrio."

Pochmann alinhou seu discurso ao da presidente da República Dilma Rousseff e disse que não vai tolerar corrupção no seu governo. "Nosso estilo é o da Dilma. Ela dá uma demonstração de como se elimina a corrupção. Não vou tolerar qualquer tipo de corrupção. São 30 anos de experiência pública. Sou um homem honesto, ficha limpa, não tenho nenhum compromisso com o passado. Tenho com o presente, com o futuro", afirmou o concorrente do PT.

O debate realizado pela EPTV durou cerca de uma hora e foi a última oportunidade dos concorrentes de falar sobre suas propostas de governo. Apesar de terem citado temas importantes, as perguntas e as repostas em todas as áreas foram permeadas por tentativas de desestabilizar o adversário e não de elevar o programa de governo.

Jonas lidera a corrida eleitoral segundo a última pesquisa feita pelo Ibope e divulgada essa semana pela EPTV. O concorrente do PSDB tem 45% das intenções de votos, enquanto o prefeiturável do PT soma 37%.

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