JOGO RÁPIDO

As vagas extras na Libertadores

Coluna publicada na edição de 5/10/2016 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
carlo@rac.com.br
05/10/2016 às 06:00.
Atualizado em 22/04/2022 às 22:07

Os clubes brasileiros ficaram satisfeitos com as mudanças na Libertadores. Afinal, o País passa a ter sete vagas garantidas (seis do Brasileirão e uma da Copa do Brasil) e esse número pode chegar a oito ou nove, caso brasileiros conquistem a Sul-Americana ou a própria Libertadores no ano anterior. No momento, todos estão felizes. Os integrantes do G4 que não estão na briga direta pelo título do Brasileiro se sentem aliviados. Eles entravam em campo pressionados, com a obrigação de vencer para não permitir a aproximação de concorrentes. Agora, essa pressão deu lugar a uma confortável gordurinha. Os que estão em 5º e 6º também estão comemorando, já que deixam de ter a obrigação de ultrapassar concorrentes fortes, que fazem uma boa temporada. Agora, só precisam permanecer onde estão. Atrás deles, mais um bolo de times comemora a decisão da Conmebol. Clubes que já estavam conformados com uma posição intermediária voltam a sonhar com a Libertadores. É o caso da Ponte Preta, por exemplo. Apesar de ter somado apenas um ponto nas últimas três rodadas e ter perdido posições, a Macaca está na briga. A distância para o G6 é de apenas três pontos e são grandes a possibilidade de que o 7º lugar também seja suficiente. Isso acontecerá se um dos seis primeiros for campeão da Copa do Brasil. Por enquanto, os clubes só têm motivos para celebrar. Mas algumas características peculiares do nosso futebol podem fazer com que esse inchaço da Libertadores traga mais dor de cabeça do que alegria para quem conquistar essas vagas extras. A Libertadores continua do mesmo tamanho, com 32 times distribuídos em oito grupos de quatro clubes. O que muda é que a pré-Libertadores será maior, com 16 equipes. Desse total, só os quatro que sobreviverem a duas rodadas de mata-mata vão realmente disputar o torneio. Atualmente, passar pela pré-Libertadores é um pouco mais fácil. Derrotas como a do Corinthians para o Tolima em 2011 são raras, mas vão se tornar frequentes com dois mata-matas e a presença de adversários mais fortes. E como os clubes — muitos deles com cotas de TV antecipadas, salários atrasados e dívidas altas — vão se preparar para uma temporada com pré-Libertadores no calendário? Vão investir logo no início do ano e inflacionar a folha de pagamento, mesmo com risco de parar no mata-mata? Ou vão deixar para contratar depois, sofrer no mata-mata e, em caso de eliminação, entrar em profunda crise logo em fevereiro? É bom ter vagas extras na Libertadores, desde que os clubes saibam como se preparar para o novo calendário.

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