As substituições de Tite

O placar de 2 x 0 talvez seja o fator que menos demonstra o incrível domínio que o Corinthians exerceu sobre o São Paulo no primeiro confronto entre ambos na Libertadores da América.   O fato de Cássio não ter feito nenhuma defesa já é um indicador mais consistente de como o Tricolor foi anulado pelo rival. Mas o que me chamou a atenção foram as substituições de Tite.   O futebol está cada vez mais rápido e físico. Assim, usar três substituições no 2º tempo é quase sempre uma arma importante para alcançar a vitória. Em times grandes, com elencos qualificados e reservas de bom nível técnico, as alterações são ainda mais decisivas. Ao trocar titulares que não estejam rendendo bem por reservas de qualidade e com fôlego, um treinador tem a chance de mudar o rumo de uma partida.   O domínio do Corinthians foi tão grande que Tite sequer precisou se preocupar em melhorar ou ao menos ajustar sua equipe.   Com controle absoluto do início ao fim, o comandante do Timão só mexeu na equipe depois dos 40’ do 2º tempo. E o fez apenas para que os destaques de seu time recebessem aplausos da torcida.   O meia Elias, autor do 1º gol, saiu aos 42’. O atacante Emerson Sheik, que fez a assistência para o 2º gol, saiu aos 43’. E o meia Jadson, autor do 2º gol, deixou o gramado aos 47’. Tite se deu ao luxo de homenageá-los.   Entre uma substituição e outra, a torcida da casa ainda deu gritos de olé. Perder um clássico faz parte do futebol. Perder um clássico sem dar um chute a gol não é normal e o São Paulo precisa trabalhar para sair desse estágio.   Muricy Ramalho errou na escalação (tirar Michel Bastos do meio e utilizá-lo como lateral-esquerdo foi uma péssima ideia) e suas alterações mão deram nenhum resultado. Na coletiva, porém, ele reconheceu a superioridade do adversário e admitiu que seu time não pode sair de campo sem dar um chute a gol.   Já Ganso foi incapaz de enxergar o óbvio. Dentro de campo não fez nada, como quase sempre acontece contra adversários de alto nível, e fora dele falou bobagens.   Disse que o árbitro deveria sair do estádio de camburão. Será processado pelo juiz e também pode ser punido pela justiça desportiva. Para completar, disse que se Serginho Chulapa estivesse em campo, iria ao vestiário para bater no juiz.   Serginho falou sobre o assunto. Destacou que nunca agrediu um árbitro em sua carreira e que Ganso tentou desviar o foco da incompetência dele e do time. Com um adversário assim, Tite realmente não precisou se esforçar muito.