As ridículas tabelas do vôlei

O calendário do futebol brasileiro tem problemas graves e não é de hoje. Como a CBF não faz nada pra melhorá-lo e ainda anunciou datas bizarras para 2014, os jogadores resolveram se mexer. A obrigação de corrigir as aberrações é da própria CBF e, em seguida, dos clubes. Mas o desinteresse das duas partes é total. Com falta de visão empresarial e esportiva, os dirigentes engolem calendário ridículo sem reclamar.Como escrevi na semana passada, torço muito para que o Bom Senso FC, movimento que já conta com a participação de 300 atletas para discutir mudanças no calendário, seja capaz de elevar o futebol brasileiro a um outro nível. O Brasileirão pode ser muito melhor do que é hoje, com benefícios para todos os envolvidos: clubes, atletas, torcedores, patrocinadores e TV.O futebol, porém, não é o único que sofre com um calendário ruim. O vôlei brasileiro, uma potência em torneios internacionais, está ganhando de goleada da CBF no torneio de “campeonatos esdrúxulos”.A Superliga reúne estrelas do vôlei mundial. Grandes atletas e treinadores se enfrentam em um campeonato de altíssimo nível técnico, tanto no masculino como no feminino.Infelizmente, a falta de organização tira parte do brilho da Superliga. O calendário é horrível e mistura jogos de torneios estaduais cada vez menos importantes com os da Superliga, torneio com potencial para figurar entre os melhores do planeta.Infelizmente, não há o menor zelo na confecção das tabelas. No feminino, se não bastasse o Campeonato Paulista, ainda inventaram uma inútil Copa São Paulo. O período dessa inexpressiva competição deveria ser destinada ao estadual, que agora está encavalado com a Superliga.Para a torcida, fica difícil saber se o jogo é pelo estadual ou nacional. O regulamento, então, é um desastre. Na primeira fase do Paulista, por exemplo, o Vôlei Amil disputa cinco jogos seguidos em casa e apenas dois fora. Já São Bernardo joga cinco vezes como visitante e apenas duas em casa.O 7º jogo da Amil será dia 20 de outubro. São Cristóvão e Uniara só vão disputar a última partida em 22 de novembro, mais de um mês depois. Que campeonato é esse?É evidente que tabelas assim trazem outros problemas. As finais, em busca de um dia de TV aberta, estão cada vez piores. O vôlei brasileiro tem grandes virtudes, mas se não der à Superliga a atenção que ela merece, esse cenário pode mudar rapidamente.