Editorial

As renovadas lições do caso do mensalão

Correio Popular
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26/11/2013 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 21:35

O julgamento e condenação de políticos e empresários proeminentes do cenário nacional, traduzido como o caso do mensalão, trouxe uma nova luz para o entendimento do período único por que passa o Brasil, em pleno processo de transformação e de reafirmação de seus ideais. Sempre considerado extremamente dócil e apático, o cidadão brasileiro dá mostras de que ainda consegue obter um fôlego a mais para enfrentar mais esta crise, na esperança de deixar para a história um marco significativo de maturidade política e respeito às instituições.Toda a encenação da prisão dos principais envolvidos no caso de corrupção no Congresso suscita uma reflexão sobre os verdadeiros motivos embutidos, tanto na organização de um complô de desvio de dinheiro para suborno de parlamentares, como nas intenções subliminares que levaram parte dos que encabeçam o Partido dos Trabalhadores, finalmente desmascarados, a agir qual quadrilha de criminosos para atingir seu propósito de se aboletar indefinidamente no poder.Emblemáticas as fotos de José Dirceu e José Genoino posando com o braço esquerdo levantado, punho cerrado, em típica saudação de uma esquerda que já se tinha como sepultada pela modernidade de princípios e pela racionalidade dos novos tempos. Ao repetir gesto com endereço certo — seus acólitos rancorosos da esquerda festiva — buscaram unicamente dar as cores de perseguição política ao que se sabe foi um demorado julgamento e condenação por crime comum de corrupção, que ainda pode se estender à formação de quadrilha. Nada de propósitos políticos, portanto.Mais emblemática ainda a expressão de José Dirceu, ao cobrar de Luiz Inácio Lula da Silva uma defesa política dos companheiros encarcerados, ele que se fez de traído quando o escândalo chegou a ameaçar seu mandato. Com ares de inocência presumida, os petistas desmascarados insistem em uma tese ideológica que foi conspurcada pelo poder e banida em países que foram referência de experiências mal-sucedidas que se transformaram em governos totalitaristas e violentos.Por fim, a postura de “heróis do povo” não lhes cabe, nem combina com a realidade do que foi o período político do PT no poder, onde os ganhos sociais vieram apenas como argamassa para o acabamento da construção de um regime de esquerda totalitário, aético e distante da democracia. Esqueceram-se de perguntar justamente ao povo se queria ser "defendidos do que para eles é uma concepção anacrônica de luta de classes.

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