Coluna publicada na edição de 27/6/18 do Correio Popular
O Brasil apenas empatou com a Suíça na estreia e sofreu até os acréscimos do segundo tempo para furar a retranca da Costa Rica. Embora seja o líder do Grupo E, o time dirigido por Tite é encarado com desconfiança por boa parte dos torcedores e da imprensa. Há um certo temor de que os pentacampeões sejam eliminados pela Sérvia em Moscou. É evidente que, como repetem alguns analistas, a Seleção Brasileira “pode perder” hoje à tarde. Claro que pode. Assim como Portugal quase perdeu para o Irã e a favorita Espanha quase perdeu para o já eliminado Marrocos. Mas uma análise das duas atuações da Seleção Brasileira na Copa sinaliza para um claro favoritismo na partida de hoje, apesar de os resultados não terem sido expressivos. O Brasil é favorito porque tem uma equipe muito equilibrada. Na frente, a seleção de Tite foi a que mais finalizou a gol nas duas primeiras rodadas. Embora tenha feito “apenas três gols”, criou várias situações claras, acertou a trave e deu muito trabalho a Navas, o que não aconteceu contra o suíço Sommer na estreia. Defensivamente, a equipe está muito bem não apenas na Copa do Mundo, mas nos dois anos de trabalho de Tite. O único gol sofrido foi irregular. Fora isso, tanto suíços como costarriquenhos quase não incomodaram Alisson. O goleiro que pode trocar a Roma pelo Real Madrid após o Mundial fez duas defesas fáceis (uma em cada partida) em chutes de média distância e viu uma finalização perigosa da Costa Rica passar perto de sua trave direita no início do segundo confronto. Um time que finaliza 43 vezes em duas partidas e protege tão bem o seu goleiro tem muitas virtudes. Os críticos que estão convictos que a Sérvia pode surpreender hoje não levam esses detalhes em consideração. Não podemos esquecer também que, ao contrário do que aconteceu na partida anterior, o empate basta ao Brasil. Para a Sérvia, um ponto talvez não seja suficiente e, em algum momento da partida, a equipe do perigoso centroavante Mitrovic terá que se arriscar em busca do gol. Ao mesmo tempo, ficará mais exposta. É nesse cenário que o Brasil, com mais experiência e qualidade técnica, tem tudo para encaixar seu jogo. Neymar, o principal jogador do time, está voltando de uma cirurgia. Contra a Costa Rica, se movimentou mais do que na estreia. A tendência é que hoje esteja ainda um pouco mais solto. Os números e os fatos apontam o Brasil como favorito e não será surpresa se o time carimbar sua passagem para as oitavas de final com sua melhor atuação na Copa do Mundo.