JOGO RÁPIDO

As notas de Brasil x Bélgica

Coluna publicada na edição de 13/7/18 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
carlo@rac.com.br
12/07/2018 às 19:55.
Atualizado em 28/04/2022 às 11:19

Avaliar atuações de jogadores é uma das coisas que mais gosto de fazer, embora na maioria das vezes esse trabalho fique com os repórteres da nossa editoria. Dei notas no jogo Bélgica 2 x 1 Brasil e volto ao assunto porque dois leitores escreveram para o jornal, questionando o 9 de Courtois e o 4 que dei para Alisson. A avaliação é uma coisa muito particular e se os leitores que nos escreveram (Armando Eduardo Palermo e Edson Hossri) tivessem avaliado os 28 atletas, provavelmente teriam dado uma ou outra nota bem diferente para o mesmo jogador. Isso é normal e acontece com frequência. Mas como os dois escreveram sobre os goleiros, com argumentos semelhantes, volto ao assunto. A intenção não é convencê-los de que a minha nota é correta e a deles, não. É só um bate-papo com eles e com os demais leitores. Armando e Edson acham que errei nas notas dos goleiros porque se o Brasil foi tão mal e a Bélgica foi tão bem, não faria sentido Alisson ter tirado 4 e Courtois, 9. “Se perder, a nota é lá embaixo, se ganhar o nível sobe. Vamos fazer análises com a razão e não com a emoção”, escreveu Armando. “Por que o Courtois recebeu a maior nota do time, já que a seleção que eles enfrentaram teve uma média tão pífia? Por que o Alisson recebeu 4, enfrentando uma seleção com uma extraordinária média 7,9?”, questionou Nelson. Alisson tirou nota baixa porque fez duas defesas e sofreu dois gols. Nenhuma de suas intervenções foi difícil e seu time perdeu, o que deve sim ser levado em consideração, embora não seja determinante para a nota. Courtois fez nove defesas e sofreu um gol, sem culpa também. Das nove, algumas foram bem difíceis, principalmente a última, num chute de Neymar. Foi decisivo e isso valoriza a sua atuação. Alisson não teve culpa nos gols, não fez “milagre” e perdeu. Courtois fez nove defesas, um ou dois “milagres” e seguiu na Copa. Mantenho o 4 e o 9. A outra dúvida se refere ao volume de jogo. Por que o Brasil, com 26 finalizações, teve média menor se atacou bem mais do que a Bélgica, que concluiu apenas oito vezes? O critério aqui é a eficiência. A Bélgica conteve o forte ataque brasileiro e soube explorar muito bem a vantagem de sair na frente. Foi eficiente no contra-ataque. O Brasil se ajustou na etapa final, ficou menos exposto e atacou mais. Mas não alcançou o objetivo de ao menos levar o jogo para a prorrogação. As notas foram baixas porque, apesar do esforço e da intensidade, o time fracassou. E esse fracasso lhe foi imposto por uma grande atuação belga.

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