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As lições do acidente em Viracopos

20/10/2012 às 16:04.
Atualizado em 26/04/2022 às 20:18

Campinas se prepara para alçar voo com destino a um futuro de sedimentação de sua vocação metropolitana, consolidando uma posição de liderança econômica e como polo de investimentos em praticamente todos os setores. As condições privilegiadas da Região Metropolitana de Campinas (RMC) são a base ideal para que se apliquem esforços para dotar de infraestrutura compatível com o potencial de crescimento e de concentração empresarial, sem desfazer da demanda obrigatória de atender ao crescimento planejado e a perspectiva de intensificação da atividade econômica na região.

O Aeroporto Internacional de Viracopos é, desde há muito, parte integrante e fundamental desse processo, servindo como escoador da produção industrial e se apresentando como opção ideal para o transporte aéreo de passageiros. Está no caminho de um aperfeiçoamento de suas instalações e aprimoramento da gestão administrativa, com a ampliação do terminal e a construção de novas pistas. O acidente com o avião cargueiro MD-11 da Centurion Cargo, na semana passada, que obrigou à interdição por 45 horas do aeroporto e ao cancelamento de 507 voos, com altos prejuízos contabilizados, mostrou que o momento atual é delicado e exige atenção redobrada.

Não é possível imaginar que um aeroporto do porte e importância de Viracopos possa estar sujeito a uma operação desastrosa como foi o trabalho de desinterdição da pista ocupada pelo avião quebrado. Especialistas apontam que a omissão e a inação foram as maiores responsáveis pelos atrasos e consequentes prejuízos que atingiram as empresas aéreas e os cerca de 25 mil passageiros afetados pelos cancelamentos, além das operações de armazenagem e descarga. Falta um plano de emergência que saldasse o compromisso absoluto de oferecer as melhores condições operacionais e garantisse a assistência a todas as consequências do acidente. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) investiga se houve negligência. Anteontem, a Anac anunciou multa de R$ 2,8 milhões à empresa dona da aeronave.

De toda forma, o acidente da Centurion Cargo expôs falhas e despertou a necessidade de se repensar a estrutura existente. O novo gestor Brasil Viracopos, que assumiu o aeroporto de Campinas, já anunciou a antecipação da segunda pista, mesmo antes do incidente. É uma providência oportuna e inadiável que se espera inaugure um novo tempo para Viracopos.

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