Coluna publicada na edição de 1º/11/19 do Correio Popular
Quatro dias depois da amarga derrota para o Vitória no Majestoso, a Ponte Preta anunciou a dispensa de cinco atletas. Rafael Longuine, Diego Renan, Edson, Gerson Magrão e Alex Maranhão já se despediram dos companheiros que vão defender a Macaca nas sete partidas restantes da temporada. Logo após o jogo contra o desesperado time baiano, que luta para se manter na Série B, o executivo de futebol da Ponte Preta, Gustavo Bueno, fez duras críticas à equipe e deu a entender que medidas como as de ontem seriam tomadas. Curiosamente, dos cinco dispensados apenas dois eram titulares (o lateral Diego Renan e o volante Edson). O meia Rafael Longuine, um dos mais habilidosos do time, teve um rendimento decepcionante em virtude do longo período em que ficou entregue ao departamento médico. É muito provável que Alex Maranhão, reserva por diversas vezes solicitado pela torcida, tenha entrado no bolo de dispensados pelas declarações que fez em junho a respeito de salários atrasados. Dos cinco, Gerson Magrão foi o que mais vezes vestiu a camisa da Ponte Preta, com 42 apresentações. A torcida da Macaca comemorou dez gols anotados pelo quinteto dispensado ontem: Edson (3), Magrão (2), Longuine (2), Renan (2) e Maranhão (1). Não vejo motivos para a Ponte tomar essa atitude, a apenas sete partidas do encerramento da Série B. Afinal, não há ganho possível com a mudança. Digamos que o departamento de futebol, com o objetivo de fazer avaliações para a montagem do elenco de 2020, pense em fazer algumas observações nos jogos finais, dando mais minutos a atletas que foram pouco utilizados. Isso poderia ser feito normalmente com os cinco no elenco. A medida também não vai gerar nenhuma economia aos cofres do clube, que precisa cumprir todas as obrigações assumidas na assinatura dos contratos. A Ponte, porém, assumiu o risco de criar um clima de insatisfação no vestiário. Não dá para saber como os remanescentes vão reagir às duras críticas de domingo e às dispensas de ontem. Por fim, é muito importante que ao menos esses cinco cortes tenham seguido critérios técnicos e/ou disciplinares. Com exceção de Longuine, que sofreu muito com problemas físicos, os demais foram bastante utilizados durante o ano. Para tomar a decisão de ontem, a diretoria precisa ter a convicção de que, no início de 2020, oferecerá à comissão técnica cinco jogadores iguais ou melhores do que os dispensados ontem.