As contas de Massa

Felipe Massa chegou na Espanha para a quinta etapa do campeonato assegurando que, em condições normais, era para a Williams estar em terceiro lugar no Mundial de Construtores, ocupando a posição que hoje é de outra equipe média, a Force India. Seu time, contudo, é o sexto na tabela. À primeira vista, pode não parecer a melhor política ficar chorando o leite derramado. Mas as contas do brasileiro fazem sentido e são erros como os cometidos nas primeiras etapas que devem servir de exemplo.Somando apenas o que aconteceu com Massa, a Williams deveria, sim, estar à frente da Force India. Na Austrália, o brasileiro zerou após ser abalroado por Kobayashi na largada. Vendo que seu companheiro, Valtteri Bottas, foi o quinto colocado mesmo largando mais atrás e cometendo um erro que lhe fez perder terreno, podemos projetar mais 10 pontos a Massa e menos dois, consequentemente, para a Force India.Terceira etapa, no Bahrein: um Safety Car no final prejudica a estratégia da Williams, que fez uma parada a mais que a Force India. Faz parte, claro, mas o resultado real seria um sexto lugar ao invés do sétimo, o que significa mais dois pontos para Massa e dois para Bottas.Na China, o brasileiro e o finlandês vinham andando na mesma balada e deveriam ter chegado em sétimo e oitavo lugares. Mas isso não aconteceu devido a uma falha bizarra no pit stop — os mecânicos inverteram as rodas traseiras entre direita e esquerda — de Massa, que fez o piloto perder mais de um minuto. Normalmente, seriam mais quatro pontos para a Williams e um a menos para a Force India.Na conta final, a Williams teria mais 18 pontos e seria a terceira no Mundial, três pontos à frente de sua rival. Ao mesmo tempo em que olhar para trás mostra o potencial demonstrado pelo carro até aqui, deixa claro as oportunidades perdidas pela equipe e devem servir de lição.Classificando-se melhor, diminui-se a possibilidade de sofrer acidentes na largada; conservar mais os pneus amplia as variáveis na hora de montar a estratégia e, colocar os pneus do lado certo... bem, um erro desse tamanho dificilmente se repetirá, mas certamente foi importante para que todos os procedimentos fossem revistos.Faz tempo que a Williams não é time grande e isso nem sempre esteve ligado ao rendimento de seus carros. Muitas vezes o time se perdeu no desenvolvimento ao longo da temporada ou não aproveitou as oportunidades, como agora. O carro, pelo menos em 2014, é mais competitivo. A hora é de acertar o resto da equação.