CARIBE

Aruba: Onde o Verão insiste em não terminar

Ilha é destino para quem aprecia praia, boa comida, muita diversão e calor durante todo o ano

Sarah Brito/ AAN
17/05/2015 às 00:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 13:37
Os edifícios coloridos de Aruba (  Divulgação)

Os edifícios coloridos de Aruba ( Divulgação)

Quando se fala em Caribe, a primeira imagem que vem a mente é tão cristalina quanto as águas que banham um dos destinos mais belos do planeta: praias deslumbrantes, drinques coloridos (e geladíssimos) e o sol que bronzeia e a brisa que refresca. Além do cenário paradisíaco que se revela a cada amanhecer, o destino oferece aos seus visitantes noites "calientes" — regadas a muita animação —, alta gastronomia, compras, esportes aquáticos e atividades off-road, além dos megaresorts, que por si, que já valem a viagem. A ilha é bem eclética, recheada de gente jovem que gosta de curtir cada segundo do lugar, e também de famílias, que buscam, além de um destino incrível, um local seguro onde as crianças possam desfrutar o mar raso e calmo. Se não bastassem tantos motivos, adicione qualidade de vida e segurança. Pobreza e criminalidade são quase zero e os arubanos estão mais que gratos em receber os turistas. A língua oficial é o holandês, mas o espanhol e o inglês são as línguas mais faladas, e algumas pessoas arriscam palavras em português. O papiamento — dialeto local — é a língua que os moradores usam para falar entre si, mas é fácil de entender. Aliás, uma delícia de se escutar. Os brasileiros que desejam visitar a ilha não precisam de visto ou vacina contra febre amarela. O turista que parte do Brasil tem ainda a vantagem de que a viagem é até curta: são sete horas e meia de voo entre Campinas e o Panamá. De lá, mais um voo de 2 horas até o destino final. A vista da janela do avião é considerada uma das mais bonitas do mundo. E pode botar fé: a cor do mar azul claro com manchas em azul escuro impressiona. As tonalidades vêm das algas, que colorem o fundo do mar. A dica é pegar a janelinha do lado esquerdo do avião e vislumbrar do alto a “ilha feliz”. Para quem vai de cruzeiro, é bom saber que o mar só ganha suas deslumbrantes cores a partir de Palm Beach. Outra vantagem de visitar Aruba é que a ilha está fora da rota dos furacões, o que permite visitas durante o ano todo. O sol também insiste em ficar durante as quatro estações, e poucos são os dias em que chove. Aruba é a ilha mais seca do Caribe, e a vegetação — que inclui cactos e árvores próprias de clima seco —, são atrações à parte. Dos ventos persistentes, que sopram direto do oceano, originaram o cartão-postal da ilha: as árvores divi-divi, reconhecidas por seus troncos tortos e que dominam o cenário árido do destino.   Foto: Divulgação Lojinhas para turistas com artesanato arubano Outra qualidade de Aruba é que não é preciso trocar dólares pela moeda local, o florim. O comércio aceita a moeda norte-americana. E muitos dos produtos comercializados são dos EUA. A ilha produz apenas aloe vera, cerveja e água filtrada (do mar, usada para consumo humano e outras atividades). O restante é importado.Domínio holandês A história da ilha explica um pouco como ela é hoje. Ela foi colonizada, inicialmente, pelos espanhóis. Mas era um lugar tão árido, que foi deixada por eles. Ficou abandonada por mais de um século até chegarem os holandeses, em 1636. Eles passaram a explorar seu mar cheio de riquezas e alguns recursos escondidos, entre eles o ouro. Hoje, restaram apenas as ruínas de onde o mineral era guardado. Aruba fez parte das Antilhas Holandesas até 1986, quando ganhou independência. Até então, era Curaçao, ilha vizinha, quem governava as três ilhas: Aruba e Bonaire. Atualmente, é um território autônomo do Reino dos Países Baixos, ou seja, um pedaço da Holanda no Caribe. Essa influência permanece e as crianças são alfabetizadas em holandês. Mas elas aprendem outros três idiomas: inglês, espanhol e papiamento. O último é o mais popular entre todos. Aruba tem seis cidades, mas de tão pequenas e não é comum ver os nativos chamando-as assim. O termo distrito é o mais utilizado. O maior deles é a capital, Oranjestad, com apenas 33 mil habitantes. Em toda a ilha, são cerca de 110 mil habitantes.Praias para relaxar ou radicalizarAs praias são o maior atrativo de Aruba, que tem apenas 193 quilômetros quadrados e formato alongado. Apesar dos passeios e das inúmeras atividades que a ilha proporciona, é possível — e dá vontade — de passar o dia inteiro nelas, que mais parecem piscinas. Pequena (menor que Ilhabela), Aruba guarda muitas diferenças entre suas distintas Costas A Sudoeste fica voltada para o continente e tem menos ventos e ondas. É onde se encontra o mar azul-turquesa com águas calmas, transparentes e mornas. Nessa parte da ilha que estão quase todos os hotéis — parte deles do tipo pé na areia, onde o turista pode sair da piscina direto para o mar —, cidadezinhas e atrações turísticas. A prática de caiaque, stand up paddle (remo em uma prancha, em pé) e o parasail (voo com paraquedas no mar aberto) são as pedidas no local.Do outro lado, fica a parte que dá de cara com o Oceano Atlântico. Aí, é o vento que impera, com mar agitado e encostas com pedras. É o reduto dos aventureiros e dos fãs de esportes radicais, além de mergulhos. As mais famosas são a Eagle Beach (que figurou entre as 10 praias mais bonitas do mundo segundo o Travellers’ Choice), a Baby Beach (quase uma piscina natural, onde os visitantes ficam sentados e a água chega na altura da cintura) e Palm Beach (cenário dos hotéis e resorts da ilha). Se não for temporada de ventos fortes, como os que passam no final de abril e começo de maio em Aruba, a pedida é cair na água e se jogar nos esportes diferentes, oferecidos nas areias. Os preços, apesar de altos, mudam entre as barracas. O parasail, por exemplo, pode ser achado de 140 doláres para duas pessoas e 60 para o passeio solo.Quem curte ficar no mar pode ainda se aventurar com snorkel, banana boat — e suas variantes, como uma boia inflável —, windsurfe e outros. Aruba é, na verdade, um dos melhores lugares do mundo para esportes como mergulho e off-road. Aliás, dá até para andar de submarino. Foto: Divulgação Capilla de Alto Vista, a primeira da ilha HospedagemSão muitas as opções para os turistas na hora da escolha do hotel, e quase todos eles oferecem serviço completo, conforto e alguns tem o serviço all inclusive (bebidas e comidas estão incluídas). Só se gasta fora em restaurantes externos e passeios. Mas, quem tiver um orçamento mais apertado, não ficará triste em ficar nos resorts. Muitos deles oferecem, além da piscina e da vista para o mar, cassinos, spas e aulas de ioga. A média do custo de um apartamento para um casal é de 300 dólares a diária, incluindo o café da manhã. E pode incluir bacon, ovos mexidos e panquecas: o café da manhã é muito farto. O hotel mais antigo da ilha é o Radisson Resort Casino & Spa, que fica em Palm Beach. Nele, o hóspede vai direto da piscina para as areias brancas do Caribe.Parque NacionalPara quem gosta de natureza, e quer estender o passeio para além-mar, a dica é ir ao Parque Nacional Arirok, que toma conta de quase 20% da ilha. A visita surpreende e vale a pena. Isso porque nos resorts os turistas têm pouco contato com o cenário real e seco da ilha. Vê-se alguns cactos, mas a imensidão da natureza selvagem que brota na terra marrom é também o cartão-postal de Aruba. As protegidas flora e fauna escondem parte da história de quem passou pelas terras caribenhas há mil anos. E é por meio de caminhadas que se encontram desenhos indígenas preservados. O passeio é guiado e o turista colhe informações sobre a história enquanto se deleita com a visão do horizonte de Aruba. A história mais recente é contada através da agricultura. Uma das visitas passa por uma fazenda construída em barro e preservada em sua forma original. Pedaços de cactos e pedras foram utilizados para proteger a típica família típica de agricultores e criadores de cabras e ovelhas.Ainda no parque, o turista encontra praias no lado Norte da ilha com formações rochosas e pontes naturais de corais. O custo da entrada é de 11 dólares por pessoa. O parque fica aberto de segunda-feira a domingo, das 8h às 16h. A venda da entrada é feita até as 15h30. Mais informações no site: www.arubanationalpark.org/ Coma bem e leve lembrancinhasApós o dia na praia, entre passeios na ilha, conhecendo os costumes e aprendendo o papiamento, a pedida da noite é conhecer a culinária local. A ilha é considerada o maior polo gastronômico do Caribe, influenciado pela grande quantidade de imigrantes de mais de 90 nacionalidades. São muitos os tipos de restaurantes, e mesmo após dias no destino, a sensação é que faltou muito para se conhecer da diversidade de pratos e drinques que por lá existem.Entre os restaurantes, prepare-se para ficar confuso com as opções do cardápio. Além das comidas típicas, há opções vegetarianas e muito fast food. Mas não se engane, os hambúrgueres e as batatas-fritas são parte da influência dos norte-americanos, de longe o maior número de turistas que a ilha recebe. Porém, o típico mesmo e que está presente em todos os cardápios são os peixes, os frutos do mar como camarão, lagosta e lula, servidos em diversificadas receitas. Não se esqueça de pedir o molho de pimenta de papaia, uma especiaria da ilha, que perfuma e tempera a comida. Outro pedido que não pode faltar é o funchi, a polenta de Aruba. É frita como no Brasil, mas tem um sabor mais adocicado. É servida com queijo parmesão ralado em cima. No restaurante Sea Salt, no Reinassance Mall, em Oranjestad, a porção sai por 3 dólares. No entanto, a média do preço dos petiscos é maior nos restaurantes. Varia entre 8 a 12 dólares. O tira-gosto é uma boa escolha e fica bem acompanhado com as cervejas arubanas. São duas: a Balashi, que lembra um pouco o tipo pilsen encontrado no Brasil. A Chill é mais leve, e servida geralmente com limão. Os preços variam entre 5 a 10 dólares. Foto: Divulgação Avenida de Oranjestad, a Capital de Aruba Quem gosta de coquetéis também se sentirá bem servido em Aruba. Mojitos, piñas coladas e margueritas são drinques que combinam com o clima caribenho e são encontrados em quase todos os restaurantes. Custam, em média, entre 10 e 15 dólares. O Ariba Aruba é quase obrigatório. Feito com vodka, rum, licor de banana e ponche de frutas, é uma bebida é doce e leve. Outra dica é o restaurante Papiamento, em Noord. Ele reúne alta gastronomia, com ambiente agradável e música ao vivo. As mesas ficam dispostas na área externa, próximas à piscina de uma casa construída no século IX, onde o chef e proprietário nasceu. No menu, há diversas opções de entrada - quentes e frias -, além de peixes, massas e sopas. É preciso fazer reserva com antecedência. Os atendentes falam espanhol e inglês. O preço é mais salgado (uma entrada custa entre 15 a 17 dólares e um prato na pedra, 43), mas a experiência vale o investimento.ComprasPara quem gosta de levar presentes e lembranças da viagem, em Aruba há o Reinassence Mall, em Oranjestad, que reúne marcas de luxo. Há também inúmeras lojinhas próximas aos resorts que vendem de chaveiros a temperos típicos.Mas o forte mesmo são as joalherias. Muitas delas ficam espalhadas pelos centrinhos comerciais. Também há lojas de eletroeletrônicos, onde os turistas encontram câmeras profissionais, celulares e tablets. A vantagem de gastar em Aruba é o baixo imposto: 1,5% sobre as compras, taxa que é de 8,5% em Orlando (EUA), por exemplo. Uma dica é, quem tiver um tempinho, reserve a ida para o supermercado. É lá onde se encontram muitos artigos consumidos na ilha, como cervejas, vinhos e a pimenta de papaia, por exemplo, e a um preço menor. Há alguns próximos de Palm Beach (onde ficam os hotéis) e Oranjestad (Centro). Um exemplo: a pimenta de papaia custa 7 dólares no supermercado e 15 no aeroporto.PapiamentoA língua crioula é uma mistura entre espanhol, holandês, português e inglês. Falado em Aruba, Curaçao e Bonaire, o idioma ganhou o status de língua oficial nas três ilhas. Apesar de existir desde o século 16, só em 2003 foi elevado ao mesmo patamar do holandês, a outra língua oficial que é ensinada nas escolas. O papiamento vem do português “papear” e do francês “parler” (falar). A língua surgiu entre os escravos, que eram proibidos de falar holandês. Para se comunicarem com seus donos, falavam o dialeto. A maior parte da população arubana o conhece desde criança, uma vez que é a linguagem falada nas residências e no comércio local. Além do papiamento e holandês, a maioria fala ainda espanhol e inglês. A jornalista viajou a convite da autoridade de turismo de Aruba

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