CAMPINAS

Área particular sofre ocupação de 300 famílias

Terreno que margeia a Estrada Velha de Indaiatuba tem cerca de 50 mil metros quadrados

Yasmine Souza
yasmine.souza@rac.com.br
21/08/2013 às 22:40.
Atualizado em 25/04/2022 às 04:39

Famílias dividiram área ocupada em lotes de 250 metros quadrados (Edu Fortes/AAN )

Uma área particular que margeia a Estrada Velha de Indaiatuba, em Campinas, foi invadida nesta quarta-feira (21) por cerca de 300 famílias. O grupo, vindo de diversos bairros e áreas de risco de Campinas, chegou de manhã e dividiu o terreno de pelo menos 50 mil metros quadrados. Durante a tarde, os ocupantes colocaram fogo no mato para limpar a área antes de começar a construir os barracos. A vizinhança ficou assutada. O Corpo de Bombeiros foi acionado pela Polícia Militar Rodoviária, mas não precisou intervir. De acordo com a corporação, a suspeita era de incêndio em uma área verde, mas assim que os bombeiros chegaram viram que o fogo estava controlado. A Polícia Militar também esteve no local, mas não houve conflito com os invasores. O pedreiro Jaime Alves de Souza, de 40 anos, ficou sabendo da ocupação e junto com a filha foi até o local para garantir um terreno. “Ela acabou de casar e com muito custo paga aluguel. Quando soubemos da oportunidade, corremos para cá”, disse Souza. Cada lote tem cerca de 250 metros quadrados, mas alguns acabaram ficando menor, já que não houve um planejamento da ocupação. “Cada um foi chegando e garantindo seu espaço. Agora, é só limpar e subir o barraco”, disse Souza. O motorista Elieser Benatti, de 48 anos, também foi até o local para ocupar um terreno para o filho que vai casar e não tem onde morar. “Moramos no Jardim Icaraí e durante o dia fiquei sabendo que havia famílias ocupando este terreno próximo à entrada do Jardim Monte Cristo”, contou Benatti. Ele avisou o amigo Marcelo Aparecido da Silva, de 33, que trabalha com serviços gerais e mora de favor em um barraco no bairro Recanto dos Pássaros, e juntos, eles separam e limparam dois lotes. “Já tentei de tudo e nunca consegui ter a minha casa própria. Já procurei até financiamento, mas eles sempre pedem uma renda muito alta”, disse Silva. Pai de dois filhos, de 12 e 14 anos, ele e a mulher já se inscreveram em todos os projetos sociais de moradia e bolsas de auxílio. “Temos inscrição na Cohab, mas nunca conseguimos nada. Nem o Bolsa Família a gente conseguiu”, afirmou. No começo da noite, a teleoperadora Valquíria Souza, de 30 anos, foi até a ocupação para tentar garantir um terreno depois que saiu do trabalho, mas não teve muita sorte. “Meu primo passou por aqui e viu as famílias. Chamei uma amiga que também paga aluguel e viemos procurar um espaço pra nós, mas acho que já acabou tudo”, contou Valquíria. A Prefeitura informou que a Secretaria de Habitação tem um programa para coibir esse tipo de invasão. A Companhia de Habitação Popular Campinas (Cohab) afirmou que uma equipe da Coordenadoria Especial da Habitação Popular (Cehap) já esteve no local na tarde desta quarta para identificar o grupo de invasores. Ainda não há o número exato de pessoas envolvidas. Nesta quinta (22), uma outra equipe voltará ao local para conversar com as pessoas, saber se elas já estão inscritas no Cohab e também para identificar o dono do terreno.

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