PECUÁRIA

Araçatuba se destaca no melhoramento genético

Antiga "Terra do Boi Gordo" transformou-se em "Terra da Genética" e hoje é referência no setor

Willians Menani
30/09/2013 às 17:40.
Atualizado em 25/04/2022 às 02:04
A genética contribuiu para o fortalecimento da pecuária regional ( Cedoc/RAC)

A genética contribuiu para o fortalecimento da pecuária regional ( Cedoc/RAC)

No mapa brasileiro da genética animal, Araçatuba destaca-se como um dos principais pontos. A região é hoje referência nacional em programas de melhoramento genético na pecuária, atraindo criadores de todo o país que buscam soluções para aumentar a produtividade dentro de suas fazendas. Além disso, a região concentra os principais estudos em genoma do gado, reunindo pesquisadores e técnicos de dentro e fora do Brasil. A genética contribuiu para o fortalecimento da pecuária regional, depois que o setor começou a perder força com a chegada das usinas de cana-de-açúcar, no início dos anos 2000. Muitos pastos foram substituídos por canaviais e a pecuária de corte, que conheceu o seu auge na década de 60, entrou em decadência. A partir daí, os pecuaristas buscaram inovações entre elas a alta tecnologia na produção de gado, por meio do melhoramento genético. A busca por alternativas eficientes dentro setor da pecuária é hoje, parte essencial dentro dos processos produtivos, na opinião de Daniel Biluca, zootecnista de uma empresa especializada em a genética bovina. Para o especialista os programas de melhoramento mudaram o perfil da pecuária regional, trazendo aspectos positivos, a exemplo, tecnologia de ponta para aumentar a rentabilidade da pecuária de corte. José Fernando Garcia, um dos pesquisadores dos programas de melhoramento genético da UNESP de Araçatuba, explica que a cidade tinha a estrutura certa para o desenvolvimento de estudos na área. Com alguns ajustes, como investimento em ciência e tecnologia, a região transformou-se no polo da genética. Seguindo as tendências da tecnologia, o pecuarista Guilherme Penteado Coelho Filho investiu pesado em melhoramento genético em sua propriedade em Guararapes (552 Km da capital), onde cria 800 cabeças de Nelore. A ciência foi uma aliada para aumentar a produtividade dentro da fazenda. Há pouco mais de um ano, Guilherme passou a investir na comercialização de sêmen e touros geneticamente modificados. Ele justifica que detectou uma oportunidade dentro do setor e acredita que está no caminho certo. Lucrativo Os programas de melhoramento genético começaram a ser desenvolvidos no Brasil na década de 70 com o objetivo claro de produzir animais melhores adaptados, mais homogêneos e que iriam para o abate mais cedo, aumentando os rendimentos do produtor. Conforme a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), só em 2011 o mercado de sêmen movimentou R$ 400 milhões. O procedimento de inseminação artificial vive um "boom" dentro da pecuária brasileira, conforme o último balanço divulgado pela Asbia , em 2011 foram comercializadas 11,9 milhões de doses de sêmen bovino, crescimento de 23,5% sobre o total de 2010 . O principal destino da técnica é o gado de corte. Ainda de acordo com a entidade a raça nelore é uma das mais procuradas por pecuaristas interessados em inseminação artificial. Foi ela que em 2011 movimentou mais de três milhões de doses de sêmen.

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